Moyarte. Mônica Yamagawa.
Mônica Yamagawa
Home: página inicialMoyarte: perfil no FacebookMoyarte: perfil no InstagramMoyarte: perfil no Twitter
contato@moyarte.com.br

Centro de São Paulo

Antigo Banco Alemão

Antigo Brasilianische

Bank für Deutschland

rua 15 de novembro, 268

história do comércio do centro de são paulo

atualizado em: 19 de maio de 2022

 

home > história do comércio > Banco Alemão

 

 

O estilo neo-românico descreve a edificação do antigo Brasilianische Bank für Deutschland, na época, em moda na arquitetura da Alemanha. O prédio foi construída em 1897 e parte da sua fachada original sobrevive em meios aos acréscimos recebidos nos anos seguintes. A ala voltada para a Rua Três de Dezembro foi construída entre 1910 e 1914 (autoria de Augusto Fried), o terceiro andar foi implementado em 1963.

 

 

Segundo Juan Esteves e Antônio Carlos Abdalla (2013), o banco funcionava no térreo e os pavimentos superiores eram ocupados por residência particular (provavelmente, na época, pelo diretor da instituição).

A edificação, idealizada por Guilherme Krug & Filhos, foi uma das primeiras em São Paulo a utilizar blocos de granito lavrado em sua construção. Atualmente, a sua estrutura é feita de concreto e alvenaria de tijolos e o prédio possui quatro pavimentos.

 

 

Ao final do século XIX e início do século XX, foram elaborados planos de alinhamento para as ruas da cidade e muitos projetos arquitetônicos ou de reformas não foram autorizadas pela Comissão Técnica de Melhoramentos, pois, as propriedades estavam sujeitas ao recuo, para a ordenação do traçado urbano. No entanto, foram abertas exceções, entre elas, para a ampliação do Banco Alemão (década de 1910), como demonstram os arquivos da "Diretoria de Obras / Obras Particulares", disponíveis, no Arquivo Histórico Municipal Washington Luís:

"A fachada do novo Banco, que tem a altura aproximada da Casa Garraux, vem complementar a curva formada pelos prédios acima mencionados, curva esta que longe de ser prejudi cal à perspectiva da rua é um de seus elementos de beleza e de interesse - afastando-se da monotonia e banalidade dos Boulevards traçados a régua e esquadro"

[Arquivo Municipal Washington Luís, fundo "Diretoria de Obras", série "Obras Particulares", vol. 37, fls. 49-50. IN: BARBUY, Heloisa. A Cidade-Exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860 – 1914. São Paulo: Edusp, 2006, p.45.]

 

 

No caso da Rua XV de Novembro, o "projeto" de alinhamento da rua começou em 1901, porém, não seguiu regras tão rígidas, pois, a medida em que novas construções surgiam, foram proprostos alinhamentos parciais, alternativos, com o objetivo de reduzir os gastos da prefeitura com as expropriações.

 

 

Por exemplo, no caso do Banco Alemão, para "retificar" a Rua XV de Novembro, a remoção de detalhes da fachada, não seriam suficientes para dar o recuo necessário para o alinhamento; aliás, nem mesmo a remodelação das fachadas de seus vizinhos, a Casa Garraux e o Edifício Progradior, alinhariam uniformemente a via pública. Diante desse impasse, a Diretoria de Obras Municipais optou por manter as fachadas e com relação à ampliação do Banco Alemão, a saída foi

"procurar uma solução de canto para o acréscimo a ser erguido pelo banco na esquina das Ruas Quinze e Boa Vista (hoje Três de Dezembro) que disfarçasse o avanço das três construções. A solução de concordância adotada (...) somente se tornou efetiva depois de o Prefeito Antônio Prado (1840-1929) ter ido ao local e verificado pessoalmente que a proposta era de fato a mais conveniente do ponto de vista estético."

[CAMPOS, Eudes (organizador). Arquivo Histórico de São Paulo: história pública da cidade. São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico de São Paulo / Imesp, 2011, p.212.]

 

 

Durante a II Guerra Mundial, infelizmente, o edifício foi parcialmente destruído, alvo de vandalismo. Entre os anos de 1939 e 1945, aumentaram os números de bancos nacionais em detrimento dos bancos estrangeiros. Como descreve o próprio Deutsche Bank, em seu site:

"a declaração de guerra representou a paralisação de todos os negócios entre o Brasil e os países que compunham o Eixo, entre eles a Alemanha". Em 1942,"são nomeados interventores para encerrar suas atividades" e somente em 1955, o "Deutsche Ueberseeische Bank volta a operar no Brasil, com um escritório de representação em São Paulo".

[Website: Deutsche Bank]

 

 

Um livro que fala sobre as atividades "ilícitas" de alguns funcionários do banco, durante a guerra, a favor do partido nazista é "Caça às suásticas: o Partido Nazista em São Paulo sob a mira da polícia política", de Ana Maria Dietrich. Em sua pesquisa, a autora discorre sobre a relação entre o Banco Alemão Transatlântico e o Partido Nazista e, segundo a mesma, oito funcionários estavam diretamente ligados ao partido: Otto Braun, Martim Spremberg, Kurt Krahmer, Erwin Tietgen, Edgar Paulo Cramer, Bruno Hoppe, Roland Camil Braun e Kur Wendell e outros quatro, indiretamente ligados: Adolph Dobler, Hans Kedor, Werner Stein e Schafer:

 

Caça às suásticas:
o Partido Nazista em São Paulo sob a mira da polícia política

Ana Maria Dietrich
Imesp
2008

Esta produção resulta do inventário do Fundo DEOPS/SP desenvolvido pela equipe de pesquisadores do PROIN - Projeto Integrado Arquivo do Estado/USP - , que, desde 1996, tem contribuído para a construção do conhecimento histórico acerca do exercício moderno do poder por meio das instituições públicas. Representa uma conquista que diz respeito ao direito à memória. Expressa o retorno ao Estado de Direito que restabelece as garantias individuais e as liberdades públicas, entre as quais o direito à informação e à livre circulação de idéias.... [+]

 

 

referências bibliográficas

ABDALLA, Antônio Carlos, ESTEVES, Juan. Capital - São Paulo e Seu Patrimônio Arquitetônico. São Paulo: Imesp, 2013.

BARBUY, Heloisa. A Cidade-Exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Edusp, 2006.

BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.

CAMPOS, Eudes (org.). Arquivo Histórico de São Paulo: história pública da cidade.São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico de São Paulo / Imesp, 2011.

 

 

dicionário do centro de são paulo
[clique nas letras para acessar a listagem de verbetes disponíveis]

 

 

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

W

X

Y

Z

 

 

Livros em oferta: Amazon

 

história do centro de são paulo: cronologia

Informações sobre a história do Centro de São Paulo organizadas por séculos e divididas por décadas para facilitar a pesquisa.

[+] leia mais

história do comércio do centro de são paulo

Informações sobre estabelecimentos comerciais, bancários, educacionais e outros relacionados ao setor terciário, que existiram no Centro de São Paulo, assim como, estabelecimentos históricos que ainda funcionam na região.

[+] leia mais

dicionário online sobre o centro de são paulo

Verbetes sobre o Centro de São Paulo: moradores, estabelecimentos comerciais, edificações, entre outros.

[+] leia mais

história dos logradouros do centro de são paulo

Informações sobre os logradouros localizados no Centro de São Paulo, incluindo os que desapareceram com as alterações urbanas realizadas desde a fundação da cidade.

[+] leia mais

biblioteca online sobre o centro de são paulo

Indicações de livros, artigos, sites, vídeos sobre o Centro de São Paulo.

[+] leia mais

patrimônio cultural do centro de são paulo

Informações sobre bens tombados, legislação, tombamento do Iphan, Condephaat e Conpresp. Notícias sobre os bens tombados. Projetos de requalificação urbana e preservação do patrimônio cultural tombado.

[+] leia mais

home            sobre o moyarte            contato