Imigrante alemão, médico, chegou ao Brasil na década de 1840. Prestando seus serviços, voluntariamente, para o governo provincial, foi responsável pela vacinação contra varíola na década de 1860.
"Estando-se infelizmente propagando nesta capital a epidemia de bexigas, tomo a liberdade d'oferescer a V.Exa. o meu pouco préstimo gratuitamente, seja para ajudar o actual médico [Dr. Theodoro Reichert] nos hospitais creados para o recolhimento dos affectados indigentes ou em outros que, talvez, serão necessários de abrirem-se.
A vinte e tantos anos que exerço com poucos utensílios a medicina nesta província que estimo como minha terra natal e tomo esta occasião para mostrar-me grato a tanta benevolência e confiança, que tenho percebido durante este longo tempo, pedindo a V. Exa desculpa neste meu arrojo.
Deus guarde V. Exa.
Dr. Frederico Borghoff."[SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003, p. 125-126.]
Sua participação no combate à epidemia, trouxe respeitopor parte da população e solidificou sua carreira em São Paulo, porém, alguns como Dr. Pedro Romão Borges de Lima, na década de 1870, questionou o seu direito de exercer a medicina, sem levar em consideração as três décadas de exercício da profissão na capital paulista.
Em 1864, publicou nota no Correio Paulistano solicitando contribuições para a população da Dinamarca (incluindo a informação de um de seus endereços):
Em 1867, junto com outros imigrantes alemães solicitam a concessão do terreno destinado à construção do comeitério dos protestantes, na Assembléia Legislativa Provincial, na 26a. Sessão Ordinária de 8 de julho de 1867:
Na década de 1860, adquiriu a Chácara das Palmeiras - originalmente pertencente a Angèlica de Barros -, colocando-a à venda em 1872.
De acordo com o Dicionário de Ruas:
"ali mantinha uma plantação de chá com 5 mil pés, um pomar com pêssegos, uvas e aproveitava para vender o capim que crescia naturalmente. Como experiência, cuidava também de algumas vacas leiteiras. Em 1872 Borghoff mudou-se definitivamente para a chácara, mas ao que parece sua situação financeira não era das melhores. Desde 1865 ele tentava arrendar a propriedade, ocasião em que publicou nos jornais um anúncio com esse propósito. Naquela época, a chácara possuía “uma casa reedificada com cômodos para numerosa família, senzalas para muitos escravos, estrebarias, cocheiras, pasto de aluguel, capinzais, quintal grande e bem plantado.” Mais tarde tentou vender a chácara para a Câmara Municipal, mas não obteve sucesso. Outras tentativas foram feitas, mas o insucesso da empreitada o obrigou, em 1873, a colocar a chácara em leilão através do leiloeiro Hilário L. da Silva Breves. O certame ocorreu no dia 29 de janeiro de 1874, ocasião em que a propriedade foi arrematada por Domingos Marques da Silva Ayrosa, grande amigo do dr. Borghoff e proprietário da famosa “Padaria das Famílias”, então localizada na Rua do Comércio nº 15."
[AVENIDA ANGÉLICA. Dicionário de Ruas. Disponível em: <https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/logradouro/avenida-angelica>. Acesso em: 26 Jan. 2021.]
Em 1866, o endereço na Rua Direita alterou de número 18 para 38, porém, é provavél que não tenha mudado de endereço e sim, uma possível renumeração das propriedades do logradouro:
Era casado com Dona Julia Borghoff.
AVENIDA ANGÉLICA. Dicionário de Ruas. Disponível em: <https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/logradouro/avenida-angelica>. Acesso em: 26 Jan. 2021.
CORREIO PAULISTANO, n. 1.933, 16 Out. 1862.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.413, 4 Jun. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.550, 22 Nov. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 3.135, 6 Nov. 1866.
SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003.
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