Em "Academia de São Paulo: tradições e reminiscências", de Almeida Nogueira (Volume II, da edição Editora Arcadas, 1953), Carlos Penteado de Rezende, responsável pelo Capítulo I, sobre "A Turma Acadêmica de 1831 - 35", em suas pesquisas nas crônicas de Antônio Egydio Martins, encontrou uma passagem sobre o bacharel em ciências jurídicas e sociais, Antônio Roberto de Almeida (que recebeu grau de bacharel em 19 de outubro de 1835) e o alfaiate francês Pedro Bourgad.
Anos depois, já formado e exercendo o posto de chefe da polícia da Província de São Paulo (1853 - 1858), o "Dr." Antônio Roberto de Almeida:
"era um magistrado de caráter austero e ríspido e muito implicava com alguns célebres concertos de assobios que os oficiais alfaiates, empregados na alfaiataria do cidadão francês Pedro Bourgad sempre faziam em frente à loja do mesmo cidadão francês (...). Os mesmos oficiais alfaiates costumavam, em tempo de verão, trabalhar sentados em um pequeno banco de madeira no meio da rua, de modo que o dr. Roberto de Almeida, então chefe de polícia, sem que por eles fosse presentido, se apresentava munido de uma bengala e enxotava do lugar em que os mesmos alfaiates se achavam, dando bengaladas nos bancos, os quais apressadamente eram retirados do referido lugar por aqueles alfaiates que, espavoridos, entravam pela porta a dentro da loja do mesmo Pedro Bourgad (...)"
[NOGUEIRA, Almeida. Academia de São Paulo: tradições e reminiscências: volume II. São Paulo: Arcadas, 1953, p.9.]
Baseados em grande parte em pesquisas realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, este livro permite aos leitores uma reflexão comparativa, oferencendo-lhes ricas descriçoes etnográficas, dados e argumentos instigantes. Vale ressaltar ainda que os textos foram, na medida do possível, muito bem sucedidos diante do desafio a que se ...[+]