"ANNUNCIO
No armazem de Jose Antonio Martins, na Rua do Rosário no. 57, vendem se barris de vinho de Lisboa, de 35 alm nes (?) por 14:000 reis; uma garrafa do mesmo, restituindo se a garrafa, custa 180; e ficando, custa 290. Uma garrafa de vinho branco da-se por 240; com a garrafa por 260. Vinho do Porto engarrafado des e (?) 1827 dà se por 400 reis; e ficando a garrafa, por 520. Tambem ha outros vinhos brancos de differentes qualidades engarrafados."
[O Farol Paulistano: 21 de fevereiro de 1827, Número 3.]
Em anúncio de novembro de 1829, informa que Serafim d"andradde deixou de ser seu caixeiro:
Cidades são feitas de vidas humanas e de cimento armado...[+]
A autora, com base em fotografias, relatos memorialísticos e de viagem; diários e cartas; crônicas e notícias de jornal, fez da rua do centro histórico de São Paulo um posto de observação privilegiado para investigar o urbano que emerge na cidade entre o início do século XIX e do XX. Rastreou imagens da rua criadas por viajantes, (ex-)estudantes da Academia de Direito, ...[+]
Antonio Egydio Martins foi responsável pela organização do Arquivo do Estado de São Paulo por 30 anos, ao longo dos quais percorreu a documentação em busca dos pormenores da história paulistana. São Paulo Antigo era o título das crônicas que passou a publicar nas páginas do Diário Popular e que caíram no gosto do público, dando origem ao livro, publicado em dois volumes em 1911 e 1912. O livro permaneceu como fonte privilegiada para se conhecer o cotidiano da cidade, tratando de seus personagens, das festas, dos costumes, dos hábitos alimentares, dos governantes, dos jornais, das lojas... São Paulo Antigo é como um baú da história paulistana, ao qual se recorre em busca da informação miúda, do detalhe, da data, dos tipos da cidade, dos pormenores perdidos no rolar do tempo...[+]
Os escritos selecionados para este livro apresentam a cidade de São Paulo no momento de transição entre a pequena vila dedicada à subsistência e a prosperidade decorrente do cultivo do café. São escritos diversos, como memórias, depoimentos, evocações, peças de teatro, que procuram reconstituir os contornos da cidade e de sua província. Os variados depoimentos oferecem um quadro da vida paulista, observada a partir de diversos ângulos e interesses, e deles emerge uma visão abrangente do cotidiano na cidade e no campo, observado por contemporâneos que o vivenciaram. A coletânea conta com textos de Aluísio de Almeida,...[+]
Este livro é um convite para o leitor voltar a um tempo no qual São Paulo combinava características de uma cidade moderna com traços fortemente rurais. Bastava uma rápida caminhada até a Igreja da Misericórdia para avistar, do alto de seu campanário, descampados, grotões, charnecas, beiras de rios e até animais silvestres e matas, que se estendiam muito além dos vales do Anhangabaú e Tamanduateí. Os personagens deste cenário? Aquela parte da população abstratamente designada como "classes médias" - na verdade, uma gente esquecida, os remediados da sociedade, uma multidão de figurantes mudos da cena paulistana - os quais atendiam pelos nomes de Dona Carolina, Seu Marcelino, Ana de Sorocaba e centenas de outros que aparecem nos registros dos quase mil inventários e testamentos que chegaram até nós. A maioria tinha pouco mais de quarenta anos no longínquo ano de 1872, quando surgiram na cidade os primeiros lampiões a gás. Pessoas que vivenciaram um tempo de incertezas e mudanças, abriram lojas e armazéns, compraram uma casinha, faliram, venderam tudo, tiveram dias bons ou ruins - enfim, sentiram na pele aquele diagnóstico certeiro de António de Alcântara Machado, quando dizia que 'em São Paulo não há nada acabado e nem definitivo, as casas vivem menos que os homens e se afastam, rápidas, para alargar as ruas'...[+]