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Centro de São Paulo

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BOTEQUIM PAULISTANO

Alexandre Planet

travessa do rozario (1876)

história do comércio centro de são paulo

atualizado em: 18 de julho de 2019

 

Em janeiro de 1875, Alexandre Planet anuncia a abertura de seu estabelecimento, na Travessa do Rosário, 10. O "bem sortido botequim", segundo anúncio publicado no Correio Paulistano, informa que haverá almoço às 9h da manhã e jantar às 3h da tarde (os horário podem ser estranhos se comparados com os dias atuais, porém, é importante lembrar que não havia iluminação elétrica na década de 1870, o que dificultava a circulação noturna pela cidade). Além das duas refeições, o estabelecimento oferece "café com leite, chocolate, chá" entre outros em qualquer horário do dia e da noite, além de "sala particular para pessoas que não quizerem (sic) ser vistas". No cardápio, "empadas de camarão" a partir das duas horas da tarde. No final do mês, além dos pastéis de camarão, o estabelecimento oferece "empadas de galinha, pasteis de carne, croquetes, comida a qualquer hora do dia".

 

[Correio Paulistano, n.5484, 1 de janeiro de 1875]

 

[Correio Paulistano, n.5507, 31 de janeiro de 1875]

 

Em fevereiro de 1875, além dos quitutes anunciados anteriormente, Alexandre Planet oferece "peixe de Santos" - lembrando que a ferrovia Santos-Jundiá foi inaugurada em 1867, facilitando o transporte entre a cidade de Santos e a capital paulista:

[Correio Paulistano, n.5516, 14 de fevereiro de 1875]

O anúncio acima também fornece uma informação interessante: a de que Alexandre Planet, proprietário do botequim é um cozinheiro conhecido na cidade.

 

[Correio Paulistano, n.5549, 25 de março de 1875]

 

[Correio Paulistano, n.5636, 18 de julho de 1875]

 

[Correio Paulistano, n.5765, 25 de dezembro de 1875]

No anúncio acima, além do cardápio já mencionado em publicações anteriores, o texto informa que os pratos de Alexandre Planet não são servidos apenas no estabelecimento, sendo possível comprar para o que nos dias de hoje, chamamos de "para viagem": "As familias que quizerem (sic) podem amandar procurar das duas horas em diante que as acharão promptas".

 

Em 1 de janeiro de 1876, o Botequim Paulistano anunciava seus serviços com detalhes no Correio Paulistano:

"Attenção

No Botequim paulistano, na travessa do Rosário, em frente ao telegrapho, comidas a qualquer hora do dia, haverá mesa redonda as 9 horas da manhã e as 3 horas da tarde chocolate e café: recebe-se qualquer encomenda que quizerem, por preço rasoável. Todos os domingos e dias santos haverá empadas e pastéis de camarão e outros petiscos que desejarem.

Hoje dia de Anno Bom, haverá empadas e pastéis de camarões; espera-se a concorrencia do Respeitavel Publico.

São Paulo, 1o. de janeiro de 1876."

[Correio Paulistano: 1 de janeiro de 1876.]

 

[Correio Paulistano, n.5770, 1 de janeiro de 1876]

 

No Diário de S.Paulo, há uma nota sobre a filha "legítima" de Alexandre Planet e Catharina Planet, chamada Mathilde, que nasceu em 29 de fevereiro de 1876 e foi batizada no dia 13 de agosto de 1876, na Sé [Diário de S.Paulo, n.3233, 16 de setembro de 1876].

 

[Correio Paulistano, n.6122, 9 de março de 1877]

 

No "Indicador de São Paulo : Administrativo, Judicial, Industrial, Profissional e Comercial (SP) - 1878", está registrado na lista de "Lojas de molhados e generos do paiz": Alexandre Planet, Travessa do Rosário, 12 - anteriormente são mencionados Travessa do Rosário, números 1 e 10).

Em 1878, no obituário publicado no Correio Paulistano, há informação que no dia 23 de dezembro foi sepultada "Regenia, preta, 18 mezes, filha de Alexandre Planet", que faleceu de "catarro suffocante". É interessante observar que anteriormente, foi mencindada a filha Mathilde (1876), descrita no texto como "legítima", incluindo no texto sobre o batizado, o nome da mãe - Catharian -, nesse, Regenia é descrita como "preta". Não há detalhes sobre a origem de Alexandre Planet, porém, em 1876/1878, ainda existiam escravos, uma vez que a Lei Áurea foi assinada em 1888, a possibilidade de um escravo liberto ser proprietário de um estabelecimento é pequena, então, a indicação no jornal da cor da pele da criança que faleceu pode ser indicação de filha ilegítima, porém, tais informações são suposições [Correio Paulistano, n.6632, 27 de dezembro de 1878].

Seis meses depois, há informação sobre a venda do "botequim Paulistano", porém, o endereço mencionado é Rua do Carmo, 66. Apesar do nome do estabelecimento ser o mesmo, não há detalhes que possam confirmar que o mencionado é o mesmo da Travessa do Rosário - porém, o nome de Alexandre Planet e Botequim Paulistano não aparecem em anúncios posteriores. O texto menciona o motivo: o proprietário irá para Europa para tratar da saúde.

 

[Jornal da Tarde, n.288, 20 de agosto de 1879]

 

Em 1879, há um anúncio do "Botequim Paulistano", porém na Penha, talvez, Francisco Lopes Sertan tenha comprado o botequim de Alexandre Planet (ou de outro proprietário, pois, como no anúncio anterior, sobre a venda, não há nomes, não é possível afriamr que o proprietário que foi para Europa é Alexandre Planet).

[Jornal da Tarde, n.297, 30 agosto de 1879]

 

Em 1893, uma nota no Correio Paulistano, informa que no dia 1 de junho de 1893, casaram-se na Igreja da Consolação Benedicto Garcia e Mathilde Catharina Planet - provavelmente, a filha de Alexandre Planet e Catharina Planet.

 

[Outros estabelecimentos comerciais que fizeram parte da História do Centro de São Paulo]

 

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