Acabo de receber "Pra Ser Sincero, 123 variações sobre um mesmo tema", do Humberto Gessinger, a tempo para ser embalado e cumprir o seu papel de presente de natal. O segundo exemplar adquirido, aquele que será chamado de "meu”, desembarcará na próxima semana, direto da Livraria Cultura de Porto Alegre.
Desembalei o livro do plástico bolha, a desculpa foi a necessidade de extrair a nota fiscal, afinal, não se entrega presente com informação de preço. Depois, sem querer, querendo (muito), abri "algumas" páginas, para dar uma espiada no repertório iconográfico. Reconheci as capas de algumas revistas, que ainda tenho guardadas em algum lugar, sem falar as dos álbuns.
As cores, a parte da engrenagem, as listras do "cinto" (não estou certa se esse é o nome técnico do acessório, nunca vesti bombacha - bem, ainda não), são tão presentes nas minhas memórias afetivas que as reconheceria, facilmente, mesmo sendo míope e desavisada sobre a existência da publicação. Aliás, Gessinger (@1bertoGessinger), em seu twitter, mencionou o talento pessoal "marketing zero", ao esquecer de mencionar cd, dvd, livro, durante entrevistas. Não sei de quem foi a escolha da foto da capa, mas, isso é o que definiria como "marketing nada zero", pois, há tempos que não vejo, em um espaço de 15 X 30 cm, escolhas tão precisas que, com tranquilidade, afirmo que o nome do autor, poderia ser eliminado da capa-dura, juntamente com o seu retrato na contracapa - totalmente desnecessários. Talvez, seja o lance do 123. 1, 2, 3 formas de entender o signo "Humberto Gessinger":
1) a codificação através do alfabeto ("Prá Ser Sincero");
2) o retrato (a escolha da "versão HG" com os cabelos longos, tão invejados na terra das chapinhas e tópicos de amor e ódio em alguns periódicos);
3) as várias variáveis: engrenagem, baixo, bombacha (1,2,3... de novo!!!);
As interpretações “123” me denunciam, influenciável, provavelmente, por suas menções. Confesso. Assumo. Depois da capa, pulei para as páginas com as letras, muitas delas, amigas conhecidas, que causaram a sensação de estar passeando pelas páginas de um álbum de família.
Bem, 123. E, bem... o 1 vem antes do 2 que vem antes do 3; comecei na 1a. página do texto, sabe como é, mais um pouquinho, para a 2a. página e para 3a. e... retornei para as letras das canções na ordem crescente do processo de leitura tradicional de um livro. Diga-se de passagem, de um livro que não posso chamar de "meu": alguém vai ganhar um presente de natal usado e se outro alguém folheou na editora ou na livraria, a publicação passou por, 1, 2, 3 pares de olhos... 123!
Admiro quem tem talento para a combinação das palavras. Humberto Gessinger é uma dessas pessoas. Os seus parágrafos são um convite para viajar, em boa companhia, pela Rodovia EngHaw-HG3-EngHaw; com um cara que sabe contar uma história: sem exagerar nas piadas, mas, sem deixar o lado engraçado de fora; sem se envergonhar de contar as pequenas doçuras e delicadezas, comover, sem causar soluços forçados ou desnecessários. E, no momento do "tchau", ao descer no posto PV, com um aceno de agradecimento, deixar a sensação de que algum dia, vou tomar um táxi, reconhecê-lo de motorista e continuar a conversa, saber o que aconteceu depois daquela "carona", quando desci no km 123 do PSS. Um outro percurso para contar quantas variações sobre o mesmo tema serão-são-foram possíveis com poucas vogais. Mais 123, 132, 231, 321, 213, 312...
Por que é tão bom torcer pelo Grêmio? Humberto Gessinger, vocalista da banda Engenheiros do Hawaii e sonoro gremista, responde por que o leitor deve torcer para o tricolor porto-alegrense, um time que nunca perde a esperança mesmo quando as coisas parecem impossíveis, que joga com o coração cheio de raça, coragem e alegria. Aqui estão as lembranças de infância de Humberto, como o dia em que ele ganhou a primeira camiseta do clube, a primeira ida ao Olímpico e os jogos que deixaram todos os gremistas com o coração na mão (não foram poucos, como se sabe). Essas memórias servem de ... [+]
A única coisa que podemos fazer com o tempo é escolher o que fazer com ele. Na busca pela faísca da criação, que ele persegue pelas noites como uma estrela guia, Humberto Gessinger nos mostra em seu novo livro de crônicas que fazer um segundo valer a pena leva tempo. Um tempo que, às vezes, não queremos ter. Um tempo que não podemos parar nem fazer andar mais rápido. Não é tão fácil quanto parece encontrar um instante mágico, o centro da nossa originalidade, do nosso talento, e manter a conexão com ele. Leva mais do que 600 anos de estudo. Leva 6 segundos de atenção... [+]
O mundo é ímpar, não dá para dividi-lo em duas metades iguais. Muito menos ver a linha imaginária que separa a infância da vida adulta. Contemplando o horizonte embalado pela trilha sonora que o tornou um dos ícones do rock brasileiro, Humberto Gessinger evoca neste livro a memória afetiva para construir crônicas pulsantes e arrebatadoras, em que cada página é uma janela onde passado, presente e futuro se misturam para compor juntos a cena. Uma paisagem que só pelas entrelinhas revela a força da sua música e da sua poesia... [+]
Neste livro, Humberto Gessinger passa o passado a limpo, resgata momentos especiais da sua intimidade desde menino e conta histórias dos Engenheiros do Hawaii. De Passo Fundo a Moscou, passando por 'Esparta Alegre', lembranças de um futuro que ele imaginava dão forma a essas linhas conduzidas pelos mapas do acaso... [+]