O documento mais antigo que menciona o Beco do Colégio ou Beco do Bispo data de 1802, porém, provavelmente, essa travessa já existia há anos (talvez, séculos), servindo de acesso entre o Pátio do Colégio e o Rio Tamanduateí.
Segundo as pesquisas de Martins (2003):
"Na Rua do Carmo, desde tempos imemoriais, existe também um beco, denominado por uns do Colégio, e por outros, do Pinto, o qual foi aberto para servidão da Várzea do Carmo, tendo 19 palmos e meio de largura.
Este beco, que hoje está fechado, fica entre as casas que pertenceram ao Brigadeiro Joaquim José de Moraes Leme e ao Padre João José Vieira Ramalho, e a requerimento dos mesmos, foi procedida, em 1826, na presença do juiz de fora presidente, vereadores e procurador do Senado da Câmara, uma vistoria nele, para o fim de ser conservado aberto, não só para utilidade pública, como para harmonizar aqueles dois ricos proprietários, que, por causa do referido beco, não viviam em boa paz."
[MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554-1910. Coleção São Paulo: volume 4. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p. 99.]
Ainda de acordo com Martins (2003, p. 177), em março de 1896, com o desabamento da Igreja do Colégio, o beco foi utilizado para guardar os materiais recolhidos do desabamento para reutilização posterior.
O "logradouro" localizado entre a Antiga Casa Número 1 (hoje, Casa da Imagem) e o Solar da Marquesa, foi motivo para várias discussões e litígios entre os moradores dos seus arredores, entre eles, o Brigadeiro Joaquim J. Pinto de Moraes Leme, a Marquesa de Santos, o Conselheiro Ramalho, entre outros. É provável que o atual alinhamento do beco, com suas escadarias, tenha sido resultado desses embates. Lembrando que antes da existência dos encanamentos de água, acessar o Rio Tamanduateí significava acesso à água para consumo residencial, o rio também era usado para lavar roupas e despejo de lixo.
"Em 1850, foi transformado em depósito de lixo, ao perder sua importância como acesso, face à concorrência de novas ruas e ladeiras menos íngremes e calçadas. Quando a casa número1 da antiga Rua do Carmo foi ocupada pela Chefatura de Polícia nos fins do século XIX, o beco foi fechado e suas escadarias ocupadas por anexos daquela instituição. Nessa mesma época, o prolongamento da atual Rua Bittencourt Rodrigues cortou o beco ao meio, surgindo da sua continuação uma nova rua com o nome de Travessa Luís Teixeira.
Parte importante da história desse logradouro foi reconquistada através de prospecções e escavações arqueológicas efetuadas no primeiro semestre de 1980 e que evidenciaram uma superposição de pisos provenientes de várias etapas de uso do beco."
[BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984, p.233.]
BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.
MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554-1910. Coleção São Paulo: volume 4. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
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