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Mônica Yamagawa
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Centro de São Paulo

Marquês de Três Rios

Joaquim Egydio de Sousa Aranha

Joaquim Egídio de Sousa Aranha

largo da luz (1881)
rua do comercio da luz (1884)
rua do carmo esquina com rua de santa teresa (c. 1860)

dicionário do centro de são paulo

atualizado em: 25 de janeiro de 2022

 

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Conde de Três Rios, litogravura de Jules Martin
[ALMANACH PAULISTA PARA O ANNO DE 1882. São Paulo: G. Rangel, 1881.]

 

As fotos deste livro foram encontrados em meados de 2000, durante uma reforma no Centro de Documentação e Informação do jornal O Estado de S. Paulo, quando um grande volume empacotado com papelão grosso e certamente fechados à décadas foi aberto, revelando seis álbuns encardenados com mais de setessentas fotos de São Paulo entre os anos de 1860 e 1930. justamente a fase de transição de uma acanhada cidade para a metrópole que hoje conhecemos.Joaquim Egydio de Sousa Aranha nasceu em Campinas/SP, em 19 de março de 1821 de acordo com o Almmanach Paulista de 1881 e o site do Professor Paulo Três Rios, porém, na obra de Amaral (2016) a data correta seria 21 de março de 1821, filho de Francisco Egydio de Sousa Aranha e Dona Maria Luiza de Sousa Aranha - baroneza e posteriormente, viscondessa de Campinas.

"Desde moço, depois de cursar as disciplinas de humanidades, dedicado á vida de lavrador, em que soube accumular mais riquezas ás que por herança já posssuia."

[ALMANACH PAULISTA PARA O ANNO DE 1882. São Paulo: G. Rangel, 1881.]

 

Casou com Dona Anna Francisca de Pontes - viúva do Capitão Antônio José da Silva - com quem teve três filhos - todos faleceram antes do Marquês de Três Rios:

Os escritos selecionados para este livro apresentam a cidade de São Paulo no momento de transição entre a pequena vila dedicada à subsistência e a prosperidade decorrente do cultivo do café. São escritos diversos, como memórias, depoimentos, evocações, peças de teatro, que procuram reconstituir os contornos da cidade e de sua província. Os variados depoimentos oferecem um quadro da vida paulista, observada a partir de diversos ângulos e interesses, e deles emerge uma visão abrangente do cotidiano na cidade e no campo, observado por contemporâneos que o vivenciaram. A coletânea conta com textos de Aluísio de Almeida, D. Maria Paes de Barros, o Diário da Princesa Isabel, duas peças de teatro de autores paulistas, acompanhados de comentários d e especialistas, e de um levantamento iconográfico de autoria do organizador, composto de desenhos e aquarelas de viajantes que aqui estiveram na primeira metade do século XIX.Posteriormente, casou-se com a Dona Maria Hipólita dos Santos Silva - viúva do Coronel Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, Barão de São João do Rio-Claro.

Condecorado em 11 de agosto de 1872 com o título de Barão de Três Rios; em 19 de julho de 1879 foi elevado para Visconde de Três Rios; em 19 de julho de 1880, recebeu o título de Conde e em tornou-se Marquês de Três Rios em 7 de maio de 1887. Também foi Comendador da Imperial Ordem da Rosa e Grã-Cruz da Imperial Ordem de Cristo e diretor da Companhia Cantareira - águas e esgotos.

De acordo com Martins (2003), o Marquês de Três Rios

"achando-se em janeiro de 1879, à testa da administração da antiga Província, como seu vice-presidente, dirigiu um ofício à Câmara Municipal da Capital, solicitando a cooperação da mesma para levar-se a efeito a construção na Estrada do Araça, hoje Avenida Municipal, de um edifício para funcionar o Hospital de Variolosos.

Esse grande edifício, que hoje é um dos pavilhões do Hospital de Isolamento foi, devido aos esforços do mesmo Marquês de Três Rios, construído, havendo a população paulistana concorrido com avultadas quantias para a referida construção, que importou em 51:000$000."

Notas de rodapé: Estrada do Araçá, na época Avenida Municipal é a atual Avenida Doutor Arnaldo e o pavilhão do Hospital de Isolamento, parte do atual Hospital Emílio Ribas.

[MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.393.]

 

Com base em fotografias, relatos memorialísticos e de viagem, diários e cartas, crônicas e notícias de jornal, Fraya Frehse fez da rua do centro histórico de São Paulo um posto de observação privilegiado para investigar o urbano que emerge na cidade entre o início do século XIX e do XX. Rastrear imagens da rua criadas por viajantes, (ex-)estudantes da Academia de Direito, ex-meninas de elite, jornalistas e fotógrafos contemporâneos em busca de indícios de transformações nas regras de comportamento corporal e de interação social nessas ruas entre 1808 e 1917, revela uma sociedade em que os pedestres tendem cada vez mais a circular como transeuntes, mas também a interagir mobilizando, ao lado da impessoalidade moderna, a pessoalidade antiga e estamental. O que faz da rua paulistana um espaço eminentemente cerimonial engolfado pela modernidade.Ocupou diversos cargos no serviço público: presidente de câmara municipal, juiz de paz, de deputado provincial por diversas vezes, juiz municipal, supplente, coronel commandante superior da guarda nacional, vice- presidente da provincia.

"Foi diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, na fundação da qual tomou parte ativa, vice-presidente do banco do Comércio e Indústria em que se transformou a Casa Bancária Vielsen & Companhia, que ajudou a fundar. Em 1884, hospedou a Princesa Isabel, o Conde D'Eu e seus filhos, nas suas residências da Luz, na Capital, e em Campinas."

[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p.62.]

 

Sobre a visita da Princesa Isabel:

"No dia 7 de novembro de 1884, chegaram a esta Capital a ex-princesa imperial D. Isabel, seu esposo o Con d'Eu e os seus filhos D. Pedro, D. Luís e D. Antonio, havendo estes príncipes hospedado-se no palacete da Rua do Comércio da Luz, hoje Avenida Tiradentes, esquina da Rua Três Rios, no. 1 e pertencente ao Comendador Joaquim Egídio de Sousa Aranha (Marquês de Três Rios), falecido a 19 de maio de 1893, o qual despendeu com a homenagem daqueles príncipes cerca de 80 contos de réis."

[MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.225.]

 

Fruto de uma tese de Mestrado em Antropologia realizada junto à USP O tempo das ruas na São Paulo de fins do Império transporta o leitor a um passeio pela cidade colonial que começava a desaparecer. Partindo da óptica das ruas (cada vez mais populosas com a modernização proporcionada pelo dinheiro do café) a autora descreve os transeuntes os meios de transporte as condições de higiene o comércio as festas de rua e a percepção entre as mudanças sociais na cidade. Repleto de fotos da época o livro também usa como base relatos de textos e charges de jornais atas municipais e notas de viagem.Byron Gaspar (MARTINS, 2003) acrescenta uma nota na re-edição da obras de Antonio Egydio Martins (2003) sobre O Marquês de Três Rios:

"O pintor espanhol Villaronga, radicado em São Paulo, era grande amigo de Pedro Alexandrino, que por volta de 1886, contava com os seus 30 anos de idade. Desejando ajudar o futuro grande mestre das naturezas mortas, nessa época ainda um ilustre desconhecido, Villaronga apresentou-o ao Marquês de Três Rios, home carola e riquíssimo. O Marquês estava em seu escritório, à Rua do Carmos, esquina da de Santa Teresa. Salientou Villaronga a decidida vocação artística revelada por Alexandrino e pediu amparo do titular ao esperançoso jovem, rematando que, se não lhe outorgasse essa proteção, o artista ficaria pintando de verde os portões dos príncipes do Brasil. Respondeu o Marquês que não estava a fim de jogar fora o seu dinheiro, protegendo qualquer um que lhe viesse bater à porta. Villaronga saiu dali furioso, arrastando Pedro Alexandrino desconcertado pelo braço. Tempo depois, passava o Marquês de Três Rios junto ao pálio de uma procissão, nos Quatro Cantos. Olhos semi-cerrados, lábios trêmulos,em atitude levítica, desafiava as grossas contas de um rosário. Villaronga viiu-o,e, em voz alta, falou, em tom de debique: 'Ó meu bom e piedoso Marquês, como está passando?'. E este respondeu, rubicundo: 'Vá para o inferno!'. (Episódio narrado a Afonso de Freitas Júnior por Pedro Alexandrino)."

[MARTINS, Antonio Egydio.São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.141-142.]

 

Faleceu em São Paulo, em 19 de maio de 1893.

 

 

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Como citar essa página em seu artigo acadêmico

YAMAGAWA, Mônica. Joaquim Egídio de Sousa Aranha - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 14 Jan. 2022.
[Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].

 

 

referência bibliográficas

ALMANACH PAULISTA PARA O ANNO DE 1882. São Paulo: G. Rangel, 1881.

AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006.

LINHA DO TEMPO E FATOS HISTÓRICOS. Paulo Três Rios. Disponível em: <https://www.paulo3rios.com.br/ftr/linha_do_tempo_hist.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022.

MARTINS, Antonio Egydio.São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

 

 

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