Joaquim Egydio de Sousa Aranha nasceu em Campinas/SP, em 19 de março de 1821 de acordo com o Almmanach Paulista de 1881 e o site do Professor Paulo Três Rios, porém, na obra de Amaral (2016) a data correta seria 21 de março de 1821, filho de Francisco Egydio de Sousa Aranha e Dona Maria Luiza de Sousa Aranha - baroneza e posteriormente, viscondessa de Campinas.
"Desde moço, depois de cursar as disciplinas de humanidades, dedicado á vida de lavrador, em que soube accumular mais riquezas ás que por herança já posssuia."
[ALMANACH PAULISTA PARA O ANNO DE 1882. São Paulo: G. Rangel, 1881.]
Casou com Dona Anna Francisca de Pontes - viúva do Capitão Antônio José da Silva - com quem teve três filhos - todos faleceram antes do Marquês de Três Rios:
Posteriormente, casou-se com a Dona Maria Hipólita dos Santos Silva - viúva do Coronel Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, Barão de São João do Rio-Claro.
Condecorado em 11 de agosto de 1872 com o título de Barão de Três Rios; em 19 de julho de 1879 foi elevado para Visconde de Três Rios; em 19 de julho de 1880, recebeu o título de Conde e em tornou-se Marquês de Três Rios em 7 de maio de 1887. Também foi Comendador da Imperial Ordem da Rosa e Grã-Cruz da Imperial Ordem de Cristo e diretor da Companhia Cantareira - águas e esgotos.
De acordo com Martins (2003), o Marquês de Três Rios
"achando-se em janeiro de 1879, à testa da administração da antiga Província, como seu vice-presidente, dirigiu um ofício à Câmara Municipal da Capital, solicitando a cooperação da mesma para levar-se a efeito a construção na Estrada do Araça, hoje Avenida Municipal, de um edifício para funcionar o Hospital de Variolosos.
Esse grande edifício, que hoje é um dos pavilhões do Hospital de Isolamento foi, devido aos esforços do mesmo Marquês de Três Rios, construído, havendo a população paulistana concorrido com avultadas quantias para a referida construção, que importou em 51:000$000."
Notas de rodapé: Estrada do Araçá, na época Avenida Municipal é a atual Avenida Doutor Arnaldo e o pavilhão do Hospital de Isolamento, parte do atual Hospital Emílio Ribas.
[MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.393.]
Ocupou diversos cargos no serviço público: presidente de câmara municipal, juiz de paz, de deputado provincial por diversas vezes, juiz municipal, supplente, coronel commandante superior da guarda nacional, vice- presidente da provincia.
"Foi diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, na fundação da qual tomou parte ativa, vice-presidente do banco do Comércio e Indústria em que se transformou a Casa Bancária Vielsen & Companhia, que ajudou a fundar. Em 1884, hospedou a Princesa Isabel, o Conde D'Eu e seus filhos, nas suas residências da Luz, na Capital, e em Campinas."
[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p.62.]
Sobre a visita da Princesa Isabel:
"No dia 7 de novembro de 1884, chegaram a esta Capital a ex-princesa imperial D. Isabel, seu esposo o Con d'Eu e os seus filhos D. Pedro, D. Luís e D. Antonio, havendo estes príncipes hospedado-se no palacete da Rua do Comércio da Luz, hoje Avenida Tiradentes, esquina da Rua Três Rios, no. 1 e pertencente ao Comendador Joaquim Egídio de Sousa Aranha (Marquês de Três Rios), falecido a 19 de maio de 1893, o qual despendeu com a homenagem daqueles príncipes cerca de 80 contos de réis."
[MARTINS, Antonio Egydio. São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.225.]
Byron Gaspar (MARTINS, 2003) acrescenta uma nota na re-edição da obras de Antonio Egydio Martins (2003) sobre O Marquês de Três Rios:
"O pintor espanhol Villaronga, radicado em São Paulo, era grande amigo de Pedro Alexandrino, que por volta de 1886, contava com os seus 30 anos de idade. Desejando ajudar o futuro grande mestre das naturezas mortas, nessa época ainda um ilustre desconhecido, Villaronga apresentou-o ao Marquês de Três Rios, home carola e riquíssimo. O Marquês estava em seu escritório, à Rua do Carmos, esquina da de Santa Teresa. Salientou Villaronga a decidida vocação artística revelada por Alexandrino e pediu amparo do titular ao esperançoso jovem, rematando que, se não lhe outorgasse essa proteção, o artista ficaria pintando de verde os portões dos príncipes do Brasil. Respondeu o Marquês que não estava a fim de jogar fora o seu dinheiro, protegendo qualquer um que lhe viesse bater à porta. Villaronga saiu dali furioso, arrastando Pedro Alexandrino desconcertado pelo braço. Tempo depois, passava o Marquês de Três Rios junto ao pálio de uma procissão, nos Quatro Cantos. Olhos semi-cerrados, lábios trêmulos,em atitude levítica, desafiava as grossas contas de um rosário. Villaronga viiu-o,e, em voz alta, falou, em tom de debique: 'Ó meu bom e piedoso Marquês, como está passando?'. E este respondeu, rubicundo: 'Vá para o inferno!'. (Episódio narrado a Afonso de Freitas Júnior por Pedro Alexandrino)."
[MARTINS, Antonio Egydio.São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003, p.141-142.]
Faleceu em São Paulo, em 19 de maio de 1893.
YAMAGAWA, Mônica. Joaquim Egídio de Sousa Aranha - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 14 Jan. 2022.
[Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
ALMANACH PAULISTA PARA O ANNO DE 1882. São Paulo: G. Rangel, 1881.
AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006.
LINHA DO TEMPO E FATOS HISTÓRICOS. Paulo Três Rios. Disponível em: <https://www.paulo3rios.com.br/ftr/linha_do_tempo_hist.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022.
MARTINS, Antonio Egydio.São Paulo Antigo - 1554 - 1910. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
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