Mônica Yamagawa

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Centro de São Paulo

Arquivo Histórico Municipal

Washington Luis

praça coronel fernando prestes, 15

dicionário online sobre o centro de são paulo

atualizado em: 25 de setembro de 2020

 

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Não há uma data precisa com relação à criação do arquivo histórico municipal da cidade de São Paulo.

"Pelo Ato nº 1, de 7 de janeiro de 1899, foram instituídos a Secretaria Geral (nos moldes da Secretaria da Câmara) e o Tesouro. A Secretaria representava o centro do expediente da Prefeitura, e nela aparece um “arquivo”, provavelmente com funções de protocolo, ou seja, acumulando apenas documentação corrente. Só em 1907, com a Lei nº 1.051, de 17 de outubro, é criada mais uma Seção nesta mesma Secretaria, para ser a responsável pelos serviços de instrução pública, estatística e arquivo municipal.

Pela mencionada lei todo o patrimônio arquivístico, das Câmaras e ex-Intendências, seria transferido para a Prefeitura, que deveria reorganizá-lo e divulgá-lo. Entre os documentos a serem transferidos, encontravam-se as importantes coleções das Atas da Câmara de Santo André da Borda do Campo e da Câmara de São Paulo, cobrindo o período entre 1555 e 1826. Com o poder executivo unificado, não existindo mais as Intendências, cessava a razão pela qual ficavam a cargo da Secretaria Geral da Câmara os papéis e livros referentes à administração de São Paulo. Note-se que nesse novo arquivo ainda não se fazia distinção entre documentação corrente e documentação histórica.

Em 1911, através do Ato n° 400, foi esse arquivo regulamentado, permanecendo subordinado à Terceira Seção da Secretaria Geral. Pelos 'considerando' que abrem esse ato, tomamos conhecimento que àquela altura, 1911, já se havia iniciado o processo de transferência da antiga documentação camarária.

Anos depois, pelo Ato n 861, de 30 de maio de 1935, constituiu-se o Departamento de Cultura – precursor da Secretaria Municipal de Cultura - com várias divisões, entre elas, a Divisão de Documentação Histórica e Social. Essa divisão comportava uma subdivisão chamada Documentação Histórica, que pode ser considerada a antecessora imediata do atual AHM, já que a ela eram atribuídas as funções que hoje são desempenhadas pelo Arquivo Histórico; a mais relevante: 'recolher, restaurar e conservar documentos históricos ou antigos, pondo-os em condições de serem consultados e publicados' ".

[ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL - AHM: HISTÓRICO. Prefeitura Muncipal de São Paulo. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/arquivo_historico/ index.php?p=1114>. Acesso em: 26 Set. 2020.]

 

No Ato n. 1.146, de 4 de julho de 1936 - artigo 217, parágrafo único -, foi determinado que "papel e documento histórico ou antigo é todo aquele existente no Arquivo Municipal há mais de 30 anos", com base nesse ato, por um longo período, a documentação do acervo do Arquivo Histórico não ultrapassava o limiar do ano de 1906.

"Decretos-leis posteriores introduziram mudanças administtrativas no Arquivo, fazendo-o pertencer sucessivamente à Secretaria Municipal da Cultura e Higiene (1945 - 1947) e à Secretaria Municipal de Educação e Cultura (1947 - 1975)."

[CAMPOS, Eudes (org.). Arquivo Histórico de São Paulo: história pública da cidade. São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico de São Paulo / Imesp, 2011, p.20.]

 

Com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, em 1975, a Divisão do Arquivo Histórico Municipal foi subordinada ao Departamento do Patrimônio Histórico.

A instituição é responsável pela guarda permanente, identificação, ordenação, conservação e divulgação do conjunto documental produzido pela administração pública municipal desde o século XVI até a primeira metade do século XX.

"De acordo com mudanças administrativas, de 1969 a 2010 foi denominado Arquivo Histórico Municipal Washington Luís e, conforme o Decreto n.º 51.478, de 11 de maio de 2010, torna-se uma Divisão do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura.

Em junho de 2012, através da Lei nº 15.608, transforma-se em Departamento da Secretaria Municipal de Cultura, como Arquivo Histórico de São Paulo. Em 12 de dezembro de 2016, com o Decreto n° 57.528, passou à denominação de Arquivo Histórico Municipal."

[ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL - AHM: HISTÓRICO. Prefeitura Muncipal de São Paulo. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/arquivo_historico/ index.php?p=1114>. Acesso em: 26 Set. 2020.]

 

A instituição passou a funcionar na atual edificação - Edifício Ramos de Azevedo - em 20 de janeiro de 2000, antes dessa data ocupou outros endereços na cidade:

• Década de 1930, na Rua Líbero Badaró, no. 34, então sede da Prefeitura Municipal.
• Década de 1950, na Rua da Cantareira, 167; juntamente com outros órgãos do Departamento de Cultura.
• Rua Brigadeiro Tobias.
• Transferido, em 1954, para a Rua da Consolação, 1024; na antiga sede da Chácara Lane.
• Em 1990, mudou-se para a antiga Casa número 1, hoje conhecida como Casa da Imagem, na Roberto Simonsen, 136-B (entre o Pátio do Colégio e o Solar da Marquesa).

 

 

edifícios ramos de azevedo e paula souza

 

A edificação conhecida atualmente como Edifício Ramos de Azevedo, sede do Arquivos Histórico Muncipal Washigton Luís, foi projetada por Ramos de Azevedo para abrigar o Gabinete de Eletrotécnica da Escola Politécnica e inaugurado em 1920. Em 1987, a edificação foi adquirida pela Prefeitura Municipal de São Paulo.

Uma descrição do conjunto arquitetônico na década de 1980:

"Com a criação em 1907 do Curso de Engenharia Eletricista, foi anexado à escola o edifício destinado à sede do Ginásio do Estado, cujas obras estavam paralisadas. A adaptação dessa construção, hoje Edifício Ramos de Azevedo, também de autoria daquele arquiteto, deu-se a partir de 1912, sendo inaugurada em 1920.

Estes dois edifícios, Paula Souza e Ramos de Azevedo, seguem o habitual ecletismo classicista da época e seus interiores conservam suas características originais. Encontram-se hoje intercalados por outros dois prédios mais recentes, entre eles, o que ocupa o local do antigo solar, projetado por José Maria da Silva Neves num estilo neoclássico modernizado e adornado por efígies de Fraccaroli.

O conjunto arquitetônico sofreu várias modificações. À direita do Edifício Ramos de Azevedo encontra-se um remanescente do Gabinete de Máquinas, hoje ocupado pelo cursinho da Poli."

[BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984, p. 386 - 387.]

 

No final do ano de 1999, o arquivo e seu acervo foi instalado no Edifício Ramos de Azevedo, abrindo suas portas para o público em 20 de janeiro de 2000.

Os trabalhos de complementação da restauração da edificação - incluindo o restauro da fachada -, interrompidos na década de 1990, foram reiniciados em 2007 e 2008: o anexo construído ao lado do Edifício Ramos de Azevedo, foi recuperado e destinado à guarda dos documentos relativos ao período de 1922 - 1935.

 

Fonte: Arquivo Histórico Municipal Washington Luís

 

O CADOPO - a Casa do Politécnico - prédio da década de 1950, localizado ao fundo do Edifício Ramos de Azevedo, foi desapropriado pela prefeitura em 2008, para a ampliação do Arquivo Histórico.

Em julho de 2015, rebatizado de "Torre da Memória", o antigo CADOPO, foi inaugurado. Na época já contava com o acervo dos documentos de 1553 até 1922; os documentos entre 1936 e 1938 estavam em tratamento, e outros documentos, até então, armazenados em galpões no Piqueri seriam transferidos para o novo endereço.

Vitral do Arquivo Histórico Washington Luís, representando a profissão de engenheiro.

Fonte: Giovanna Fontenelle - Wikipedia

 

vitrais da edificação

 

Há dois belos vitrais (representando as profissões de engenheiro e arquiteto) nas escadarias do Edifício Ramos de Azevedo, criações da Casa Conrado:

"a figura do engenheiro é representada debruçada sobre a prancheta, com compasso na mão (...) o arquiteto aparece assentado sobre um capitel, a admirar um projeto arquitetônico".

[CAMPOS, Eudes (org.). Arquivo Histórico de São Paulo: história pública da cidade. São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico de São Paulo / Imesp, 2011, p.23.]

 

 

referências bibliográficas

 

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL - AHM: HISTÓRICO. Prefeitura Muncipal de São Paulo. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/ arquivo_historico/index.php?p=1114>. Acesso em: 26 Set. 2020.

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL AMPLIA ÁREA DE ACERVO. Arquivo Histórico Washington Luís - Prefeitura Municipal de São Paulo, 5 Mar. 2008. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/publicacoes/ index.php?p=3900>. Acesso em: 26 Set. 2020.

BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.

CAMPOS, Eudes (org.). Arquivo Histórico de São Paulo: história pública da cidade. São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico de São Paulo / Imesp, 2011.

ENTINI, Carlos Eduardo. Uma torre para guardar a memória de São Paulo. O Estado de S. Paulo - Acervo, 16 Ju. 2015. Disponível em: <https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,uma-torre-para-guardar-a-memoria-de-sao-paulo,11256,0.htm>. Acesso em: 26 Set. 2020.

 

 

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