Atualmente, a escultura de Álvares de Azevedo está no Largo de São Francisco, em frente à Faculdade de Direito, onde o poeta estudou. Anteriormente, seu endereço foi a Praça da República.
Em maio de 2006, os alunos da Faculdade de Direito "sequestraram" a escultura, na época, localizada na Praça da República e a instalaram no Largo de São Francisco. Em julho de 2006, os alunos receberam o aval da Prefeitura para manter a escultura em frente à instituição de ensino:
"a estátua foi tirada da praça em maio deste ano por estudantes que achavam justo ela voltar às arcadas -referência aos arcos do prédio da faculdade. A alegação era que ela estava em condição precária de conservação. A peça não é tombada. Decreto publicado no 'Diário Oficial' do último sábado autorizou "retroativamente" a remoção do monumento da praça -que chegou a ser comparada com o furto jamais resolvido (...).
Em uma audiência na quinta-feira passada, que reuniu ex-alunos da Faculdade de Direito e representantes do centro acadêmico, Sadek, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) e o secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrey, decidiram autorizar a permanência de Álvares de Azevedo no largo São Francisco."
[SAMPAIO, Paulo. "Direito da USP 'retoma' estátua de poeta". Folha de S.Paulo: 27 Jul. 2006.]
Ná época, o tesoureiro do grêmio acadêmico da faculdade, Paulo Henrique Rodrigues Pereira, informou que a restauração custaria cerca de R$ 20 mil e que empresas se ofereceram para pagar pelos custos em troca da inscrição de seus nomes na parte inferior do monumento, porém, os estudantes optaram por arcar com os custos da restauração:
"Participavam do abaixo-assinado que pedia o retorno da estátua ao largo São Francisco, onde fica a faculdade, ex-alunos como o governador Cláudio Lembo (PFL) e o jurista Goffredo da Silva Telles Junior.
'Os estudantes levaram para junto da faculdade uma figura simbólica da casa', defende o governador paulista. 'Tudo o que é do largo São Francisco tem que ser preservado lá, naquele território livre.'
Para retirar a estátua da praça sem danificá-la, os alunos tiveram o auxílio de um arquiteto, uma grua e um caminhão. 'Vínhamos tentando desde junho do ano passado, é muito tempo', diz o dirigente da associação de ex-alunos da faculdade, Carlos Madia de Souza.
Mas um ano é muito? Mesmo em relação aos prazos estipulados pela Justiça?
Madia ri. 'Nós talvez não tenhamos a paciência que as pessoas têm conosco', afirma."
[SAMPAIO, Paulo. "Direito da USP 'retoma' estátua de poeta". Folha de S.Paulo: 27 Jul. 2006.]
A obra é de Amadeo Zani e foi executada pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e A. Scuotto Fuse. A escultura foi doada para a cidade pelo Centro Acadêmico Onze de Agosto, em 1907. Em uma das faces do pedestal estão as seguintes palavras gravadas: "Foi poeta, sonhou e amou a vida".
Devido a má conservação da herma do poeta Álvares de Azevedo, o Centro Acadêmico XI de Agosto lançou em 2005 a campanha "Volta, Álvares!" para tranferir a estátua que estava na praça da República e "devolvê-la" para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Na noite entre os dias 20 e 21 de maio de 2006, durante os eventos da Virada Cultural, aprontaram mais uma de suas "estudantadas" e "sequestraram" a escultura do poeta.
Em 1905 o Centro Acadêmico da Faculdade de Direito deliberou sobre a construção da herma de Álvares de Azevedo, porém, o projeto só foi colocado em prática no ano seguinte.
Para arrecadar fundos, em 11 de agosto daquele mesmo ano, a Associação Atlética da Faculdade de Direito disputou um jogo de futebol contra a Associação Atlética do Mackenzie, e aos recursos arrecadados com o evento esportivos juntaram-se outros, provenientes de duas conferências, uma literária, sobre "Mocidade e Poesia", ministrada pelo Dr. Alfredo Pujol, no Salão Steinway e outra sobre "D. Pedro II", com o Conde de Afonso Celso. Para completar a arrecadação de fundos, Cesar Lacerda de Vergueiro, então vice-presidente do Centro Acadêmico, realizou um baile na Rotisserie Sportman.
Um ano depois (1907), a pedra fundamental do monumento foi lançada no dia 31 de julho:
"Ata do lançamento da primeira pedra da herma de Álvares de Azevedo, construída por iniciativa e a expensas do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito de São Paulo: Aos 31 de julho do ano de 1907, de Nosso Senhor Jesus Cristo, presentes a diretoria do Centro Acadêmico XI de Agosto, representantes Congregação da Faculdade de Direito, representantes da imprensa, convidados e grande número de sócios, foi lançada no centro da praça da República a pedra fundamental da herma de Álvares de Azevedo, poeta acadêmico e paulista. O histórico da construção do referido monumento, a relação dos nomes da atual diretoria e a presente ata serão encerrados numa urna de prata, que será colocada junto à pedra básica, e cuja chave pertencerá ao arquivo do Centro. São Paulo, 31 de julho de 1907.".
["Restauro e manutenção da herma do poeta Álvares de Azevedo". Website: www.migalhas.com.br.]
Origem da Iniciativa: Centro Acadêmico Onze de Agosto
Peça: Bronze ( 1,10 X 0,75 X 0,45m)
Pedestal: Granito e Bronze ( 2,65 X 0,78 X 0,78m)
Assinatura: face posterior da peça: A. Zani
Inscrições:
Face frontal do pedestal:
ÁLVARES DE AZEVEDO
1831-1852
HOMENAGEM AO CENTRO ACADÊMICO
“ONZE DE AGOSTO”
FACULDADE DE DIREITO
INAUGURADO PELO EXMO. BARÃO DO RIO BRANCO
11.9.07
Face lateral esquerda do pedestal:
LIRA DOS VINTE ANNOS
Face lateral direita do pedestal:
FOI POETA SONHOU
E AMOU A VIDA
Placa: bronze (face lateral esquerda do pedestal):
COMISSÃO EXECUTIVA
CESAR LACERDA DE VERGUEIRO – PRESTE.
ADOLPHO KONDER/ FULVIO ADCCI / JOÃO QUEIROZ FILHO/ MANUEL TAPAJOS GOMES / PAULO QUARTIM DE MORAES/ EDUARDO VERGUEIRO DE LORENA/ FERNANDO PALMEIRO/ SILVANO PINTO/ FRANCISCO C. JUNQUEIRA/ EDUARDO GONÇALVES.
Com a criação da Academia de Direito, em São Paulo (1827), vários jovens que atravessaram o oceano Atlântico para frequentar a Universidade de Coimbra, retornaram para o Brasil, para completar seus estudos no seu país de origem.
Um desses era Inácio Manuel Álvares de Azevedo que, retornava para o Brasil, com uma das mãos mutiladas, resultado de um acidente com espingarda, o que lhe valeu o apelido de "Mãozinha", dado pelo colegas e futuros bacharéis do Largo de Sâo Francisco.
Porém, o acidente não o impediu de dedilhar o violão, muito menos o atrapalhou perante o sexo oposto, carregando em seus ombros a fama de conquistador, uma figura desembaraçada e atrevida diante das mulheres paulistas.
Perto da Academia de Direito, morava a família do Dr. Joaquim Inácio Silveira da Mota, juiz de direito, recém transferido de Santos para São Paulo.
Maria Luísa Carlota Silveira da Mota, então, com 17 anos, era a filha do juiz, e logo se tornou objeto das serenatas e bilhetes de amor de Mãozinha:
"Ambos eram impetuosos e não mediram as consequências de seus atos. Coração confiante, ambora sabendo que um simples acadêmico de 21 anos de idade dificilmente poderia assumir responsabilidades matrimoniais, Maria Luisa o admitiu em sua alcova, às ocultas. Repetia-se, com mais sérias consequências, o idílio noturno de Romeu e Julieta. Não foi possível, porém, guardar o segredo, que chegou ao conhecimento do digno magistrado, tornando-se imperioso o casamento, oficiado na Igreja de Santo Antônio, na noite de 14 de novembro de 1829"
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.12.]
Mãozinha, ainda estudante da Academia, não possuía recursos financeiros além da mesada paterna, assim sendo, ele e Maria Luísa moraram na casa dos pais desta até a conclusão do curso e obtenção do diploma, para então, posteriormente, mudarem para o estado do Rio de Janeiro, onde morava a família do recém bacharel.
Ainda em São Paulo, em agosto de 1830, nasceu Maria Luísa (mesmo nome da mãe), conhecida na família como "Nhanhã" e no ano seguinte, nasceu Manuel Antônio Álvares de Azevedo.
Conta a lenda que Álvares de Azevedo nasceu na Biblioteca da Acadêmia de Direito, lenda essa que fora reforçada por um primo e amigo do poeta, Dr. Domingos Jacy Monteiro e um de seus primeiro biógrafos: Joaquim Norberto de Sousa e Silva.
"Domingos Jacy Monteiro, falando numa sessão do Ginásio Brasileiro, em 1852, seis meses após a morte do autor da Lira dos Vinte Anos, dissera: 'Às duas horas da tarde do dia 12 de setembro de 1831, na cidade de São Paulo, ao passarem, saindo da lição, os estudantes do curso jurídico, ouviram-se vagidos de recém-nascido, partidos de uma sala da biblioteca... Aquele a quem pulsava o coração de pai, inquirindo acerca de novo fruto do seu amor, obteve de alguém a resposta: 'É um estudante'!"
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.14.]
Com pequena variação, Joaquim Norberto, repetiu a mesma lenda, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, durante as comemorações de 20 anos da morte de Álvares de Azevedo.
Porém, Almeida Nogueira, em Tradições e Reminiscências da Academia de São Paulo, foi o primeiro a refutar tal história que, posteriormente, seria confirmada por Vicente de Paulo Vicente de Azevedo, que publicou uma carta de Maria Francisca de Azevedo Amaral, uma das irmãs do poeta:
"Em tal carta, escrita no ano de 1917, quando a missivista contava 75 anos, ela declara que o irmão nascera 'em casa e na sala da biblioteca do avô materno, conselheiro Joaquim Inácio Silveira Mota'."
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.14-15.]
Posteriormente, em 1931, em uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Dr. Luis Felipe Vieira Souto, parente e historiador, confirmou a declaração da irmã do poeta:
" 'Devido ao estado da filha, hospedou-os o Dr. Joaquim Inácio no grande salão do andar térreo, cujas janelas deitavam para a rua e onde alojara sua enorme biblioteca. Na manhã de 12 de setembro de 1831, saíra Inácio Manuel, deixando em casa da parteira, e fora assistir às aulas do quinto ano; ao voltar, acompanhado por alguns colegas, pouco depois do meio-dia, na janela mostra-lhes a parteira um menino, dizendo: Já nasceu-lhes mais um estudante.' "
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.15.]
Álvares de Azevedo nasceu em uma biblioteca, porém, não a da Academia de Direito e sim, a do seu avô, que ficava na Rua da Freira (atual Senador Feijó), esquina da Cruz Preta (atual Quintino Bocaiúva).
Em 1840, "Maneco", como era chamado pela família, iniciou seus estudos no Colégio Stoll, onde se destacou na área de humanas: francês, inglês, história e geografia. Durante o período em que permaneceu no colégio, entre os elogios do diretor e narrativas sobre o sucesso nos estudos, também haviam informações sobre sua saúde, nem sempre boa. Segundo as histórias da família, os problemas de saúde que o acompanharam a vida inteira, começaram na época da morte do irmão, ainda bebê. Mais detalhes sobre esse período da infância e sua estadia no Colégio Stoll, podem ser encontradas na obra de R. Magalhães Junior, "Poesia e vida de Álvares de Azevedo".
Em 1843, na companhia de seu tio José Inácio Silveira da Mota (professor na Academia de Direito), retornou para São Paulo, para visitar os parentes maternos e, provavelmente, de acordo com o desejo da família, ir se familiarizando com o ambiente da Academia.
Nas cartas para a família, em 1844, Álvares de Azevedo contava que já arranjara professores de francês, inglês e latim, porém a dedicação aos estudos não o impediu de participar da vida social da cidade, descrevendo com detalhes o baile oferecido pelo Coronel Francisco Antônio de Sousa Queirós, o convite da Marquesa de Santos para passar o domingo em sua residência, o batizado do primo Artur ou de uma procissão de cinzas.
No segundo semestre do ano seguinte (1845), voltou para o Rio de Janeiro, dessa vez, para estudar no Internato do Imperial Colégio Dom Pedro II. Em 1847, Maneco completou o sétimo e último ano do curso preparatório e em dezembro foi declarado bacharel em letras, tal título o isentava da obrigação de prestar exames para a admissão em cursos superiores, como a Academia de Ciência Jurídicas e Sociais (Academia de Direito de São Paulo). Apesar da conclusão do curso, somente recebeu o diploma em fevereiro do ano seguinte (1848) e, com a intervenção dos parentes do lado materno, a 1o. de março já estava matriculado na Academia de Direito.
Ao chegar em São Paulo, Álvares de Azevedo morou na Chácara dos Ingleses, tendo como vizinhos o cemitério e um casarão em ruínas; em seguida, residiu em um quartinho na Rua da Boa Vista, depois na Rua da Consolação e a seguir, no Largo de São Francisco, onde, conta a lenda, escrevia nas paredes os nomes dos colegas que faleciam. Aliás, não os nomes dos falecidos, segundo o sobrinho do poeta (Dr. Inácio Azevedo Amaral), um de seus tios contou que
"depois da morte de Álvares de Azevedo foi preciso pintar por dentro a casa de São Paulo em que o poeta residia, tão obscenos eram os desenho feitos por ele nas paredes"
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.63.]
Sobre sua habitação, ele mesmo descreve em "Idéias ìntimas" a desordem comum na vida de muitos estudantes (de ontem e de hoje):
"Reina a desordem pela sala antiga
Desce a teia de aranha as bambinelas
à estante pulverulenta. A roupa, os livros
Sobre as poucas cadeiras se confundem.
Marca a fôlha do Fausto um colarinho
E Alfred de Musset encobre, às vezes
De Guerreiro ou Valasco um texto obscuro.
Como outrora do mundo os elementos
pela treva jogando cambalhotas,
Meu quarto, mundo em caos, espera um Fiat,"[Trecho de "Ideias Íntimas", de Álvares Azevedo. IN: MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.63.]
Em São Paulo, Maneco fez amizade com outros dois poetas: Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa, que moravam juntos na Rua da Forca, enquanto Maneco, no Campo dos Curros (hoje, Praça da República).
"Os dois mineiros não desdenhariam de se ligar ao adolescente paulista, cuja precocidade intelectual a todos surpreendia. Não se relacionaram, porém, desde logo: a confiança foi surgindo aos poucos, com a convivência forçada, durante as aulas, nos corredores da Academia e nas sessões literárias, organizadas para animar a vida tediosa da medíocre cidade Provinciana."
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.48-49.]
Porém, os primeiros meses em São Paulo não foram suficientes para que o tímido Álvares de Azevedo mostrasse seus versos para os colegas, em uma carta enviada no dia 20 de julho de 1848 para seu amigo Luís Antônio da Silva Nunes, ele confidencia que
"aqui, em São Paulo, não há viva alma nem morta que lesse versos meus, exceto os do álbum da O. que remeti-te já"
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.49.]
Com o fortalecimento da amizade com Guimarães e Lessa, os três passaram a ler e trocar sua impressões sobre os versos que escreviam entre as aulas (ou até, quem sabe, durante as aulas). Os três passaram a morar juntos, e pensaram em publicar uma obra coletiva, a seis mãos, que não se realizou (o nome escolhido para o volume seria Três Liras).
Falando em liras, sobre Lira dos Vinte Anos, Magalhães conta que
"Durante algum tempo, Maneco hesitou quanto ao título do livro. Deu-lhe, de início o de Brasileirasa. Trocou-o, porém, pelo de Fôlhas Sêcas da Mocidade de Um Sonhador. E, de novo, pelo de Lira dos Vinte Anos de Um Trovador Sem Nome, reduzido, quando da publicação, às quatro primeiras palavras, por decisão da família, que, assim, contrariava a intenção, implícita, de manter-se o autor no anonimato."
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.54.]
"Um episódio anedótico, narrado na Atualidade, sob a assinatura de Couto de Magalhães, comprova que as aperturas não seriam só dele, mas de vários de seus colegas. Num fim de mês, em que o dinheiro da bolsa comum se evaporara, Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa e Álvares de Azevedo recorreram a um estratagema que tanto tinha de burlesco como de macabro. Este último, talvez por ser o de constituição mais franzina, pálido e enfermiço fez o papel de defunto, estirado, na sala de visitas, sobre um catre, debaixo de um lençol. Para dar ao ambiente o aspecto de uma verdadeira Câmara ardente, velas foram acesas em redor do 'cadáver'. Propalada a notícia da morte súbita de Maneco, Bernardo e Aureliano começaram a receber as visitas de colegas sinceramente contristados. Com muita seriedade e compunção, os dois colocavam, perante os demais, o grave problema do enterramento do 'inditoso companheiro, tão repentina e prematuramente desaperecido'. Choveram as constribuições. Nem seria compreensível a indiferença e a falta de solidariedade num meio acadêmico tão sensível e generoso. Aureliano e Bernardo trataram de comprar provisões, com que se regalavam, enquanto o 'defunto' jazia na sala, para receber as homenagens 'póstumas' dos colegas retardatários. Mas os dois tanto comeram, tanto beberam, tanto ruído fizeram, com suas gargalhadas rabelaisianas, que o 'morto' não resistiu mais ao cheiro das vitualhas, ao tilintar dos copos e à alegria báquica dos companheiros. Atirando para o lado o lençol, sem fazer caso de uns poucos estudantes que piedosamente o velavam, Álvares de Azevedo saiu do leito mortuário e bradou indignado:
- Canalhas! Eu estou aqui, morto, e vocês, aí dentro, a se banquetearem! Assim, não! Vou também regalar-me...
E marchou resolutamente para participar do festim... a 'estudantada', que deve ter divertido enormemente todo o meio acadêmico, inclusive os próprios logrados, prova duas coisas: as dificuldades financeiras de Maneco e seus amigos e, ainda, a capacidade de 'representação' do poeta, que era, na verdade, um grande fingidor."
[MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962, p.69-70.]
MAGALHÃES JÚNIOR, R. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962.
SAMPAIO, Paulo. "Direito da USP 'retoma' estátua de poeta". Folha de S.Paulo: 27 Jul. 2006.
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