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atualizado em: 27 de janeiro de 2021

 

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A Casa Garraux nas páginas de Cabrião

 

Semanário humorístico, veiculado de 30 de setembro de 1866 a 29 de setembro de 1867 editado por Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis.

Hernáni Donato, assim descreve o Cabrião e seu contexto, no texto de apresentação da republicação do fac-similar editado pelo Arquivo do Estado, a Imesp e a Unesp, em 2000:

"A revista não foi conduzida por gente apenas disposta a combater, pelo programa do Partido Liberal, cegamente, rancorosamente. Mas foi ideada por talentos na política, na sátira, no texto, na verve. Retrataram não apenas um partido, mas uma sociedade num momento crucial, como foi o da segunda fase da guerra contra o Paraguai e da constatação de que o regime imperial, particularmente pelos reflexos lançados à província, facilitava a chegada da República. Tudo se chocava, da moda à fidelidade ao regime, do transporte - trem versus cangalha de burro -, divertimentos, convenções, práticas sociais. Assim como todas as novidades que sacodem verdadeiramente uma sociedade quase encerrada em si mesma, aquelas também provocaram protestos e protestos (risonhos, críticos, mordazes) contra os protestos genuínos. A tudo isso, com um gostoso modo de exprimir e um finíssimo penetrar no âmago das reações, fez, primeiro, o Diabo Coxo e, depois, o Cabrião, ambas criaturas do engenho de Ângelo Agostini.

Outro exemplo: não pode deixar de merecer admiração o fato de que o Cabrião mantivesse o atrevimento de dizer o que disse, como disse e por quanto tempo o fez (imagine-se um jornal no mesmo espaço em que louva os mortos e os heroísmos paulistas no Paraguai, ridicularizar e denunciar os abusos do recrutamento para a guerra e, até. muito enfaticamente, os lucros que alguns '"recrutadores" alcançavam, "vendendo" os rapazes para a tropa de reforço). E sisiemaiicameme, edição a edição, com graça e agudeza, aborrecer os grandes nomes da política conservadora, do clericalismo, e de modo especial - alvo privilegiado em todos os números -, os jesuítas. E tudo isso sem que desse alfinetar lhe viessem contratempos desagradáveis, como, para dar um exemplo não muito distante nem no tempo nem na geográfica jornalística, aquele endereçado a Libero Badaró. Esse deixar escrever e permitir publicar convida o leitor (basicamente o aluno da Universidade) a considerar quanto era democrático o poder público durante aquele declinar do Império, principalmente se comparado com a feroz repressão à imprensa dita monarquista, praticada nos primeiros anos da República.

(...)

Apesar do preço (ou por causa do preço?!), sabem qual é a última coisa, na última página do último número do Cabrião'! Um apelo, dramático porque repeiiilíssinio ao longo das edições, aos assinantes: paguem a assinatura ou morreremos. Vé-se que não pagaram, pois o Cabrião morreu."

[CABRIÃO: SEMANÁRIO HUMORÍSTICO EDITADO POR ÂNGELO AGOSTINI, AMÉRICO DE CAMPOS E ANTONIO MANOEL DOS REIS - 1866 - 1867. 2a. Edição. São Paulo: Editoria Unesp / Imesp, 2000.]

 

As enchentes de São Paulo nas páginas de Cabrião.

 

Segundo Délio Freire dos Santos (2000), responsável pelo texto de introdução da edição fac-símile menciona, tanto o Cabrião, como seu "falecido irmão mais velho", o Diabo Coxo, eram publicações caras para a época, custavam cerca de 500 réis cada número avulso, porém, o alto preço não impediu a sua grande circulação.

Os 13 primeiros números do periódico fotam impresso na Tipografia Imparcial, de Joaquim Roberto de Azevedo Marques (fundador do Correio Paulistano), com litografias de Henrique Schoeder, que era proprietário da Tipografia Alemã, onde passaram a ser compostos e impressos a partir do número 14.

O semanário humorístico era ilustrado por Ângelo Agostini, auxiliado pelo desenhista Huascar de Vergara e redigido por Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis.

Ainda segundo Délio Freire dos Santos (2000), o nome "Cabrião" foi ressuscitado em São Paulo outras duas vezes:

"— O Cabrião, literário, quinzenal, impresso na Tipografia de J. B. Endrizzi & Cia. e redigido por Antônio Saies Júnior, redator-chefe, e Lino Moreira, redator-secretário. O primeiro número desse periódico apareceu a 15 de setembro de 1897. Deixou de existir em princípios de 1898.

— Cabrião, surgido em 18 de abril de 1912, cujas assinaturas eram feitas na Casa Garraux, tradicional livraria da Paulicéia, tendo como redator Lion Martin."

[CABRIÃO: SEMANÁRIO HUMORÍSTICO EDITADO POR ÂNGELO AGOSTINI, AMÉRICO DE CAMPOS E ANTONIO MANOEL DOS REIS - 1866 - 1867. 2a. Edição. São Paulo: Editoria Unesp / Imesp, 2000.]

 

 

referências bibliográficas

CABRIÃO: SEMANÁRIO HUMORÍSTICO EDITADO POR ÂNGELO AGOSTINI, AMÉRICO DE CAMPOS E ANTONIO MANOEL DOS REIS - 1866 - 1867. 2a. Edição. São Paulo: Editoria Unesp / Imesp, 2000.

 

 

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