Estrada construída para substituir o caminho que existia entre São Paulo e Santos, era conhecida por "Lorena", pois, a sua construção foi decisão de Bernardo José de Lorena, que tomou posse do Governo da Capitania, em 1788.
O projeto ficou a cargo de João Costa Ferreira e Antonio Rodrigues Montesinhos:
"projetada tecnicamente, calaçada de grandes lajes de granito, tinha uma largura de 3,20 a 4,20 no planalto."
[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p. 135.]
De acordo com Amaral (2016, p. 135), foi concluída em 22 de setembro de 1790 - no entanto, segundo Cyrino (2004, p. 165) a "calçada" foi concluída em 15 de fevereiro de 1792 -, causando espanto no viajante John Mawe, que registrou em seus diários - conhecido como "Viagens ao Interior do Brasil" - a estrada:
"Poucas obras públicas, mesmo na Europa, lhe são superiores e, se considerarmos que a região por onde passa é quase desabitada encarecendo, portanto, muito mais o trabalho, não encontraremos nenhuma, em país algum, tão perfeita, tendo em vista tais desvantagens".
[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p. 135.]
O então governador, estabeleceu a cobrança de pedágios: 40 réis por besta e 20 réis por cabeça de gado.
"A Calçada do Lorena cresceu em importância, na mesma medida em que a Capitania sofria incremento populacional e desenvolvimento da atividade comercial. Os consertos, reparos e melhorias do trajeto tornavam-se peça indispensável à política mercantilista. Não apenas favorecia a exportação do açúcar, como facilitava o fluxo de mercadorias importadas, em especial o sal marinho, gênero estancado e totalmente controlado pelos comerciantes do Reino."
[PORTA, Paula (org.). História da Cidade de São Paulo: a cidade colonial 1554-1822. Volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 2004, p. 295.]
Sobre esse fluxo de produtos, Moura (1998, p. 7) informa maiores detalhes sobre o que era transportado por essa estrada:
"Por essa via pavimentada as tropas desciam e subiam com segurança, levando açúcar para o porto santista e trazendo serra acima coisas do litoral, do Rio e, sobretudo, de outros mundos, via Portugal. Foi quando, por exemplo, chegou ao planalto a porcelana decorada fabricada na China e embarcada e, Macau, vinda de mistura com a louça vidrada ordinária feita nas olarias do Reino. E com essa porcelana, que chamamos modernamente, sem distinção de tipos, das 'Companhias das Índias', também vieram tecidos, mormente as sedas, roupas já costuradas, sapatos, chapéus tricórnios, cabeleiras postiças e tudo o mais que moda estava a indicar, moda que, por esse tempo, se alterava com rapidez. Esse período de quase prosperidade por que passou São Paulo no final do século XVIII, devido à produção açúcareira, já pode ser melhor ajuizado quanto aos progressos da civilização material e à correspondente vida cotidiana."
[MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Vida Cotidiana em São Paulo no Século XIX. São Paulo: Ateliê Editorial / Fundação Editora Unesp / IMESP / Secretaria de Cultura, 1998, p. 7.]
Décadas depois, em 1836, foi proposta a construção da Estrada da Maioridade, pois, a Calçada do Lorena, já não atendia as necessidades de aumento e agilização do tráfego, porém, a estrada foi concluída somente em 1841, no governo de Tobias de Aguiar.
AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006.
CYRINO, Fábio. Café, ferro e argila: a história da implantação e consolidação da San Paulo (Brazilian) Railway Company Ltd. através da análise de sua arquitetura. São Paulo: Landmark, 2004.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Vida Cotidiana em São Paulo no Século XIX. São Paulo: Ateliê Editorial / Fundação Editora Unesp / IMESP / Secretaria de Cultura, 1998.
PORTA, Paula (org.). História da Cidade de São Paulo: a cidade colonial 1554-1822. Volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
PORTO, Antônio Rodrigues. História Urbanística da cidade de São Paulo (1554 a 1988). São Paulo: Carthago, 1992.
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