Alfredo Ceschiatti nasceu em Belo Horizonte / MG, em 1918, além de escultor e desenhista, também foi professor. Sua formação artística começou ainda na adolescência, em viagens pela Europa, pode conhecer as obras dos artistas renascentistas. No seu retorno para o Brasil, em 1938, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi discípulo de Correia Lima. Em 1943, ganhou a medalhe de bronze no Salão Nacional de Velas Artes (Divisão Moderna). Dois anos depois, em 1945, pelo baixo relevo do Batistério da Igreja de São Francisco, na Pampulha (Belo Horizonte / MG), recebeu como prêmio, uma viagem para o exterior.
Entre as suas obras mais conhecidas estão: no Rio de Janeiro, "As Três Forças Armadas", que faz parte do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra (1960); em Brasília, "As Banhistas", em frente ao Palácio da Alvorada (1958); "A Justiça", em frente ao Supremo Tribunal (1961); "Duas Irmãs", no Palácio dos Arcos (1966);"Evangelistas", na área externa da Catedral (1968); "Anjos", no interior da Catedral.
Ferreira Gullar (2017), divide as obras de Chesschiatti entre anterior e posterior ao ano de 1950:
"Na fase anterior ela versa com finura os temas comuns à linha malloliana: figuras e nus feminios de saudável sensualidade. Mas a partir de 1951 temos um Cheschiatti que descobriu Branchusi. São desta fase "A Pomba", "O Galo" e "A Gaivota", em que o artista procura, pela estilização, recriar as formas naturais. Também aí se manifestam as qualidades constantes de sua obra: finura e sensualidade - a procura de um equilíbrio delicado que contém os excessos barrocos e evita o esquematismo. Isso se observa igualmente em seus "anjos", barrocos de inspiração e renovados por uma estilização que preserva a riqueza e a sensualidade das linhas."
[GULLAR, Ferreira. Arte contemporânea brasileira. São Paulo: Editora Lazuli , 2017.]
Faleceu em 1989, no Rio de Janeiro / RJ.
A escultura de "José Bonifácio de Andrade e Silva", foi criada por Alfredo Cheschiatti e executada pela Fundição Zani GB. A iniciativa foi da colônia libanesa e seus descendentes para as comemorações do sesquicentenário da independência, em 1972. A obra, de bronze, possui 3,30 x 0,98 x 0,88m de dimensões e seu pedestal, de granito, 1,80 x 1,20 x 0,98m e está localizada na Praça do Patriarca, na região central de São Paulo.
"Cesciatti perpetua seus volumes num só transcurso, sem interrupções na linha que os contorna, imprimindo às formas em bronze e pedra - materiais que manipula com maestria - sensualidade, poesia e musicalidade. As formas femininas exercem um inegável fascínio arquetípico sobre o escultor. Suas mulheres são redondas e torneadas, sensuais e lascivas, fortes, e ao mesmo tempo dóceis e frágeis. (...) Assim como Cheschiatti molda, recria e descobre o nu em suas múltiplas possibilidades, da mesma forma ele consegue tirar o máximo proveito das vestes como elementos altamente ilustrativos, envolvendo grande parte de suas figuras com esses mantos nada diáfanos da realidade escultórica e dramática."
[ESCULTURA - PERFIL DE UMA IDENTIDADE BRASILEIRA. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura / Associação dos Amigos da Pinacoteca, 1997, p. 67.]
A escultura "Sem Título", em bronze, possui as dimensões 1,27 m x 3,05 m x 1,00 m e data de 1979. A execução foi realizada pela Zani Fundição Artística e a iniciativa da encomenda partiu da EMURB:
"Alfredo Ceschiatti tem várias esculturas de sua autoria em espaços públicos brasileiros, sobretudo em Brasília, onde se encontram As banhistas, no Palácio da Alvorada, A Justiça, no Supremo Tribunal Federal, Os Anjos eos Evangelistas, na Catedral Metropolitana, As Gêmeas, no Palácio Itamaraty, Anjo, na Câmara dos Deputados e A contorcionista, no Teatro Nacional Cláudio Santoro. No Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, está As três forças armadas; nos jardins do Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, O abraço; no foyer do Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, em São Paulo, está A pomba e no mezanino da Estação Sé do Metrô, uma mulher reclinada. Essa escultura em bronze apresenta as características do artista mineiro: as formas sintéticas, elegantes e harmoniosas. Sobre ele, afirmou Niemeyer: “Como dois bons amigos, vamos caminhando pela vida. Eu, absorvido pela arquitetura, inventando formas, brincando com o concreto armado; ele, a fazer suas esculturas. Essas mulheres lindas, barrocas, cheias de curvas. Como gosto de vê-las!”. A escultura da Estação da Sé é uma dessas mulheres."
[SACRAMENTO, Enock. Arte no Metrô. São Paulo: A&A Comunicação Ltda, 2012, p. 23.]
A escultura "Guanabara", de Alfredo Cheschiatti foi criada em 1999 e adquirida pela Pinacoteca do Estado, em 1999, através da Associação de Amigos da Pinacoteca.
ESCOBAR, Miriam. Esculturas no Espaço Público em São Paulo. São Paulo: CPA – Consultoria de Projetos e Artes, 1998.
ESCULTURA - PERFIL DE UMA IDENTIDADE BRASILEIRA. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura / Associação dos Amigos da Pinacoteca, S/D.
FARIAS, Agnaldo. Escultura brasileira da Pinacoteca ao Jardim da Luz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2000.
GULLAR, Ferreira. Arte contemporânea brasileira. São Paulo: Editora Lazuli , 2017.
OBRAS DE ARTE EM LOGRADOUROS PÚBLICOS DE SÃO PAULO REGIONAL SÉ. São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Departamento do Patrimônio Histórico - Divisão de Preservação, 1987.
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