Popularmente conhecidos como Chaguinhas, foi um dos condenados em 1821 e sepultados no Cemitério dos Aflitos.
Ele foi um dos responsáveis pelo Motim de Santos, quando na noite de 28 para 29 de junho de 1821, pela falta, por longo período, do pagamento de soldo, encontrando-se "a maioria das praças andrajosas e famintas". Segundo Antonio Barreto do Amaral, o 1o. Batalhão de Caçadores revoltaram-se, arrombaram a cadeia e casa do trem bélico, e com as armas obtidas nessas instituições, "prenderam ou initimidaram autoridades, invadiram lares, saquearam e impuseram resgate".
No dia 2 de julho, partiram da capital o 2o. Batalhão de Caçadores, chegando de surpresa em Santos, no dia 6 de julho com ordens de prisão para os amotinados. Foram condenados os responsáveis pelos motim e os oficiais que no momento do levante abandoram a unidade: os sete responsáveis pelo motim foram condenados à morte, outros vinte foram enviados para África (pérpétuo degredo) e os demais receberam penas menores.
Dos sete condenados à morte, cinco foram executados em Santos e dois, Francisco José das Chagas e Joaquim José Cotindiba, por serem naturais de São Paulo, foram enviados para a forca da capital. Os condenados partiram de Santos no dia 15 de setembro de 1821 e no dia 17 foram colocados à disposição do juiz relator para que fosse concluída a sentença, sendo sentenciados no dia 20. A execução da sentença de morte de Francisco José das Chagas, o Chaguinhas, comoveu a população:
"Um fato macabro então aconteceu, enchendo de espanto e ao mesmo tempo de piedade o povo que assistia ao tétrico espetáculo: partiu-se a corda de barbante que suspendia o cabo José das Chagas. mandado fosse substituída pelo laço de couro, ttrazido de um açougue próximo, este não suportou o peso do condenado, sendo preciso que lançassem mão de um novo laço de couro para que a sentença fosse cumprida."
[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p.189.]
Anos depois, na sessão da Câmara de 22 de maio de 1835, Padre Diogo Antônio Feijó, relembrou o acontecimento:
"Senhor Presidente, o que eu entendo por atrocidade é, por exemplo, isto: mandar enforcar um homem, tendo ainda recurso legal contra sentença. Senhor Presidente, eu o vi com meus p´roprios olhos, na minha província. Era o primeiro espetáculo destes; a curiosidade chamou-me àquele lugar. O desgraçado pendurado, caiu por haver se cortado a corda. Recorreu-se ao Governo da Província, pedindo que se demorasse a execução, enquanto se implorava a clemência ao príncipe regente; não foram atendidos; alegou-se não haver corda própria para enforcar; mandou que se usasse laço de couro. Foi-se ao açougue, levou-se o laço; o infeliz foi de novo pendurado, mas o instrumento não era capaz de sufocar com presteza. Partiu-se de novo a corda e o miserável caiu ainda semivivo; já em terra foi acabado de assassinar."
[AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006, p.189-190.]
AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006.
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