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Centro de São Paulo

Antonio Etzel

dicionário online sobre o centro de são paulo

atualizado em: 25 julho 2020

 

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Antonio Etzel (1922).
FONTE: Trecho do livro “Um Médico do Séc. XX Vivendo Tranformações”, de Eduardo Etzel. IN: A CASA DO ADMINISTRADOR: PARQUE JARDIMDA LUZ. Prefeitura Municipal de São Paulo, 2008.

 

Nomeado administrador do Jardim da Luz em 1899; permaneceu no cargo até sua morte, em 1930. Austríaco, nasceu no ano de 1856, na cidade de Trento (posteriormente, adquiriu a cidadania italiana). Quando chegou ao Brasil, em 1882, trouxe na bagagem sua experiência européia: havia ministrado aulas práticas na Escola Agrícola de San Michele, em Trento. Segundo as memórias de seu filho, Eduardo, além dos conhecimentos, trouxe muitas sementes de plantas, indicando a pretensão de se estabelecer no ramo.

"Uma vez no Brasil, foi residir em Campinas, no estado de São Paulo, onde trabalhou como jardineiro, implantando jardim e pomar na residência de João Bierrenbach. Consta que o imperador Pedro II, em viagem a Campinas, esteve na residência de Bierrenbach e ficou impressionado com o trabalho do jardineiro. Recomendou-o, então, a seu ministro da Agricultura, conselheiro Antônio da Silva Prado. Por conta de um surto de febre amarela em Campinas, Antônio Etzel resolveu deixar a cidade com destino a São Paulo. Lá procurou Antônio da Silva Prado, passando então a trabalhar na chácara de dona Veridiana Prado, mãe do futuro prefeito, no bairro de Higienópolis."

[BARTALINI, Vladimir. A municipalização do verde público na cidade de São Paulo: da administração dos jardins públicos e arborização (1900) à subdivisão de parques, jardins e cemitérios (1935). Pós Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 19 Dez. 2001. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/137419>. Acesso em: 25 Jul. 2020.]

 

Etzel foi responsável pela construção da Casa do Administrador - sua residência dentro do Jardim da Luz -, permanecendo no local até 1930.

"Etzel introduziu um novo traçado ao Jardim, com uma rua circular contendo grandes gramados e adornado com jaqueiras. Grupos de árvores antigas foram reaproveitadas, formando alguns bosques e foi implantado um mini zoológico.

Foram construídos em 1901 durante sua administração um coreto que era utilizado para a exibição da Banda da Polícia Militar, a Casa do Administrador (restaurada e reinaugurada no ano de 2008) e a Casa de Chá (ou Ponto Chic), que tornou-se o ponto de encontro da elite paulista. Nela, os barões do café encontravam-se para discutir negócios ou simplesmente divertir-se com bailes, com as Bandas da Polícia Militar tocando no coreto. Outro ponto que marcou a história do Jardim foi a inauguração da Herma Garibaldi em 1910 por Olavo Bilac. Durante anos, a colônia italiana realizava uma enorme festa em homenagem ao monumento, que retratava o revolucionário líder de diversas revoltas, dentre as quais a Farroupilha."

[RESENDE, Mauricio Rodrigues de, AMED, Jussara Parada. O jardim da luz e os desdobramentos da urbanização paulistana. Revista PIBIC, volume 5, número 6, Osasco, 2011. Disponível em: <http://www.unifieo.br/pdfs/pdf/1008hismr.pdf>. Acesso em: 25 Jul. 2020.]

 

Suas funções não se limitavam ao Jardim da Luz, sua equipe também era responsável pelo jardim localizado na frente do Palácio da Indústrias (hoje, Museu Catavento). O crescimento rápido da cidade, e consequentemente, demolições e remodelações urbandas também afetavam a administração paisagística:

"No caso do Parque da Várzea do Carmo, as obras, inclusive ajardinamento, foram contratadas por terceiros. 0 relatório que 0 administrador dos jardins, Antônio Etzel, encaminhou ao prefeito Firmiano de Moraes Pinto, sobre 0 ano de 1922, vinha com um teor de queixa contra os procedimentos da Diretoria de Obras, que náo avisou a Administração dos Jardins quando do recebimento da obra do parque. O plantio estava incompleto, tendo a Administração dos Jardins que arcar com os serviços de "plantação de árvores e arbustos para a formação de grupos nos gramados, replantação de árvores que constituem a arborização da parte externa do Parque, formação de canteiros com flores anuais e vivazes, principalmente roseiras enxertadas altas e tipo chorão, reforma de diversos gramados, limpeza das ruas e passeios na parte interna, construção de um barraco para depósito de ferramentas e outros materiais" Relatório de 1922 apresentado à Câmara Municipal de São Paulo pelo prefeito dr. Firmiano de Moraes Pinto. "

[BARTALINI, Vladimir. A municipalização do verde público na cidade de São Paulo: da administração dos jardins públicos e arborização (1900) à subdivisão de parques, jardins e cemitérios (1935). Pós Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 19 Dez. 2001. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/137419>. Acesso em: 25 Jul. 2020.]

 

Porto (1992, p. 98) menciona o nome de Etzel em suas pesquisas: segundo o autor, uma dos projetos apresentados para o jardim da Praça da República era de sua autoria. Jorge Americano, em suas memórias, registrou que "Etzel fez do Jardim Público um primor" - Jardim da Luz - (AMERICANO, 2004, p. 194).

 

Antonio Etzel e seu filho Eduardo (1926).
FONTE: Trecho do livro “Um Médico do Séc. XX Vivendo Tranformações”, de Eduardo Etzel. IN: A CASA DO ADMINISTRADOR: PARQUE JARDIMDA LUZ. Prefeitura Municipal de São Paulo, 2008.

 

Um de seus filhos, Artur, tornou-se responsável pelo jardim (permanecendo no cargo até 1971, data de seu falecimento). A construção conhecida como "A Casa do Administrador" no Jardim da Luz, serviu de moradia para a Família Etzel por mais de 70 anos.

Sobre as funções e os trabalhos de seu pai e irmão, Eduardo, assim descreve a "empresa familar":

“Sabemos a modéstia da administração dos jardins nas primeiras décadas deste século. Uma empresa por assim dizer doméstica, na qual dois homens, o administrador e seu ajudante, formavam o quadro dirigente (técnica, contabilidade e secretaria), suficiente para um grupo de operários pequeno mas adequado. Havia a turma de jardinagem, a dos cortadores de grama, a dos podadores, os carroceiros, a turma de limpeza, os guardas presentes em todas as praças ajardinadas e finalmente os operários que reforçavam esta ou aquela falha de pessoal, permitindo que o serviço fluísse normalmente.”

[ETZEL, Eduardo. O verde na cidade de São Paulo. Revista do Arquivo Municipal, n. 195, 1982 apud BARTALINI, Vladimir. A municipalização do verde público na cidade de São Paulo: da administração dos jardins públicos e arborização (1900) à subdivisão de parques, jardins e cemitérios (1935). Pós Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 19 Dez. 2001. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/137419>. Acesso em: 25 Jul. 2020.].

 

Um texto com registros da memória da família, disponível na internet é "A Casa do administrador: Parque Jardim da Luz", publicado após a restauração da edificação, recomendo a leitura, nele há descrições sobre a casa, o jardim dentro do Jardim (ou se preferir, do quintal dentro do Jardim) e de como era morar dentro do Jardim da Luz.

 

 

referências bibliográficas

 

A CASA DO ADMINISTRADOR: PARQUE JARDIM DA LUZ. Prefeitura Municipal de São Paulo, Mar. 2008. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/livro_casa_luz_1253304415.pdf>. Acesso em: 25 Jul. 2020.

AMERICANO, Jorge. São Paulo naquele tempo: 1895–1915. 2ª. Edição. São Paulo: Carrenho Editorial / Narrativa Um / Carbono 14, 2004.

BARTALINI, Vladimir. A municipalização do verde público na cidade de São Paulo: da administração dos jardins públicos e arborização (1900) à subdivisão de parques, jardins e cemitérios (1935). Pós Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 19 Dez. 2001. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/137419>. Acesso em: 25 Jul. 2020.

PORTO, Antônio Rodrigues. História Urbanística da cidade de São Paulo (1554 a 1988). São Paulo: Carthago, 1992.

RESENDE, Mauricio Rodrigues de, AMED, Jussara Parada. O jardim da luz e os desdobramentos da urbanização paulistana. Revista PIBIC, volume 5, número 6, Osasco, 2011. Disponível em: <http://www.unifieo.br/pdfs/pdf/1008hismr.pdf>. Acesso em: 25 Jul. 2020.

 

 

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