Localizado na Rua São Bento, o Edifício York era conhecido como Palacete Crespi. Foi projetado na década de 1920, por Siciliano & Silva Engenheiros, para a Família de Rodolfo Crespi, imigrante italiano, dono de uma das maiores indústrias da época.
Um dos destaques dessa edificação são os Atlantis na fachada, figuras gregas símbolos de força.
No passado, o local foi residência de Henrique Schaumann, proprietario da Botica Ao Veado D'ouro (no local também funcionou o estabelecimento).
De acordo com Abdalla e Esteves (2013): "os sete andares mantêm características orginais, porém, seu interior e alguns detalhes da fachada foram modificados" (Abdalla, Esteves, 2013, p.269). De acordo com a publicação "BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO":
Número de pavimentos: nove mais porão.
Técnica construtiva: estrutura de concreto e alvenaria de tijolos.
Rodolfo Crespi nasceu em Milão, em 1874 e veio para o Brasil em 1893, como funcionário da firma E. D'El Acqua, onde trabalhou até 1906.
Começou sua vida de industrial com uma pequena fábrica de tecidos de algodão, atividade que lhe era familiar. O Cotonifício Crespi S/A foi criado em 1897, como resultado da firma Regoli, Crespi Co., porém, poucos anos depois, em 1906, a sociedade foi desfeita e em 1909, foi constituída a firma Rodolfo Crepi.
O cotonifício comprava o algodão cultivado no interior de São Paulo e no Nordeste e produziam:
"(...) trançados de algodão, cobertores de toda qualidade, colchas, fazendas, forros de cânhamo, galatea, sarjas, alpacas, tecidos estampados, Holanda, Kaki, pano para colchões, casimiras, toalhas para mesa, toalhas para rosto, seda, lã, lã pura etc."
[CARONE, Edgar. A evolução industrial de São Paulo: 1889 – 1930. São Paulo: Senac, 2001, p.185.]
Em seu currículo também constam: a presidência da fábrica de cimento Ìtalo-Brasileira, o cargo de conselhiero fiscal do Banco Francês e Italiano de São Paulo, a presidência do Instituto Colonial Italiano e da Sociedade Dante Alighieri, representou o Brasil na Exposição de Turim, além de ser acionista em diversos empreendimento brasileiros.
Resolução n. 37/92
O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, no uso de suas atribuições legais e nos termos da Lei no 10.032/85, com as alterações introduzidas pela Lei no 10.236/86, e
Considerando o valor histórico, social e urbanístico representado pelos vários modos de organização do espaço urbano que compõem a área central da cidade de São Paulo, destacando-se o Vale do Anhangabaú;
Considerando o significado paisagístico e ambiental assumido pelo Vale do Anhangabaú ao longo da história da cidade de São Paulo; e
Considerando o valor histórico-arquitetônico, ambiental e afetivo de diversos imóveis localizados na área do Vale do Anhangabaú e vizinhanças,
RESOLVE:
Artigo 1o - Ficam tombados, na área do VALE DO ANHANGABAÚ, definida pelo perímetro discriminado na Resolução CONPRESP 06/91, os seguintes elementos constituidores do ambiente urbano:
a) 293 edificações identificadas no Anexo I, que integra esta Resolução;
b) 9 logradouros públicos identificados no Anexo II, que integra esta Resolução.
Artigo 2o - Os bens tombados na área do Vale do Anhangabaú ficam classificados conforme os seguintes níveis de proteção:
I - Nível de Proteção 1 (NP-1): corresponde a bens de excepcional interesse histórico, arquitetônico ou paisagístico, determinando sua preservação integral.
II - Nível de Proteção 2 (NP-2): corresponde a bens de grande interesse histórico, arquitetônico ou paisagístico, determinando a preservação de suas características externas e de alguns elementos internos, discriminados no Anexo I.
III - Nível de Proteção 3 (NP-3): corresponde a bens de interesse histórico, arquitetônico, paisagístico ou ambiental, determinando a preservação de suas características externas.
Artigo 3o - Os logradouros públicos relacionados no Anexo II ficam classificados no Nível de Proteção 1 (NP-1).
Artigo 4o - Todos os bens tombados são passíveis de restauração, reciclagem, revitalização e reformas, visando sua adequação funcional, devendo os projetos serem submetidos à prévia aprovação do CONPRESP.
Artigo 5o - Fica definido como espaço envoltório de proteção dos bens tombados os imóveis relacionados no Anexo III, parte integrante desta Resolução.
Parágrafo Único - Esses imóveis classificam-se no Nível de Proteção 4 (NP-4) que determina o controle de sua volumetria, devendo os projetos de novas edificações e ampliações serem submetidos à prévia aprovação do CONPRESP.
Artigo 6o - Ficam mantidas as seguintes diretrizes, estabelecidas nos artigos 2o e 3o da Resolução CONPRESP no 011/91:
I. O estudo de preservação da área compatibilizará os projetos e programas de obras já previstos pelo Poder Público Municipal.
II - Será reconhecido o amparo legal dos imóveis com alvarás de obras expedidos até 09/04/1991, nas contestações do presente Ato Administrativo.
(...)
Quadra: 081
Número: 149
Endereço: Rua São Bento, 284 a 302 com Rua Álvares Penteado, 215 e 221
Lotes: 55 a 88 etc.
Nível de Proteção: 2(...)
YAMAGAWA, Mônica. Palacete Crespi, Edifício York - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao- paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022. [Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
ABDALLA, Antônio Carlos, ESTEVES, Juan. Capital - São Paulo e Seu Patrimônio Arquitetônico. São Paulo: Imesp, 2013.
BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.
CARONE, Edgar. A evolução industrial de São Paulo: 1889 – 1930. São Paulo: Senac, 2001
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Informações sobre a história do Centro de São Paulo organizadas por séculos e divididas por décadas para facilitar a pesquisa.
Informações sobre estabelecimentos comerciais, bancários, educacionais e outros relacionados ao setor terciário, que existiram no Centro de São Paulo, assim como, estabelecimentos históricos que ainda funcionam na região.
Verbetes sobre o Centro de São Paulo: moradores, estabelecimentos comerciais, edificações, entre outros.
Informações sobre os logradouros localizados no Centro de São Paulo, incluindo os que desapareceram com as alterações urbanas realizadas desde a fundação da cidade.
Indicações de livros, artigos, sites, vídeos sobre o Centro de São Paulo.
Informações sobre bens tombados, legislação, tombamento do Iphan, Condephaat e Conpresp. Notícias sobre os bens tombados. Projetos de requalificação urbana e preservação do patrimônio cultural tombado.