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Centro de São Paulo

Carl Friederich Joseph Rath

Carlos Rath

rua da glória (1857)

dicionário online sobre o centro de são paulo

atualizado em: 18 de fevereiro de 2021

 

home > dicionário > Carl Friederich Joseph Rath ou Carlos Rath

 

O nome de "Carlos Rath" pode ser encontrado grafado como:

 

Carlos Rath
FONTE: Wikipedia

 

Em suas pesquisas, Siriani (2003) menciona "Carlos Daniel Rath", porém, creio que seja uma confusão com o nome de seu filho, conhecido como "Daniel Rath", que chegou ao Brasil em 1855, mais de uma década após a chegada de seu pai e que também trabalhou, prestando serviços para o setor de obras públicas.

Siriani (2003), menciona que "Carlos Daniel Rath" nasceu em 1801, em Turíngia (Thüringen); na Wikipedia, a informação é de que "Carl Friederich Joseph Rath" nasceu em 13 de março de 1802, em Stuttgart, Bade-Vurtemberga. No artigo de Weber (S.D., n. 10), é mencionado que "Carlos Daniel Rath", filho de "Dr. Frederico José Carlos Rath" nasceu em Tübingen, no Würtenberg / Alemanha no dia 15 de dezembro de 1828.

Pelas datas mencionadas, provavelmente, Siriani (2003) estava discorrendo sobre o pai e não sobre o filho:

"era oriundo de uma família de recursos que o fez estudar engenharia. Apaixonado por mineralogia, também se formou geólogo, e seu interesse por botânica o levou a formar-se homeopata. (...) Escrevia e pintava com a mesma desenvolturaque identificava minerais e plantas e, com a mesma dedicação e seriedade, com que encarava seu trabalho."

[SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003, p. 133.]

 

Retrato de Carlos Rath, produzido por Militão Augusto de Azevedo. Acervo do Museu Paulista. FONTE: Wikipedia / Museu Paulista

Baldin (2012), porém, discorre que não há informações completas sobre a formação educacional que Carlos Rath recebeu na Alemanha, sabe-se que possuía formação técnica em mecânica, diploma de cordoeiro - que fabrica e vende cordas, incluindo cordas para instrumentos musicais - e recusou - por motivos desconhecidos - o diploma da Faculdade de Filosofia da Universidade de Tübingen, apesar de lá ter iniciado suas atividades profissionais, como naturalista e professor.

De acordo com Weber (S.D., n.7):

"em 1827, já ocupava o cargo de conservador na Universidade de Tübingen, onde também lecionava Geologia, Geografia, História Natural e Técnicas."

[WEBER, Sérgio. Rath, engenheiro e pesquisador na Província de São Paulo. Revista ABRASP, n.7. Disponível em: <http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev7_art5.pdf>. Acesso em: 18 Fev. 2021.]

 

Antes de emigar para o Brasil, viajou para o Suriname, onde estudou a flora e fauna do país, confeccionando, em 1833, o Mappa Relevo-Geographico da Collonia Suriname ou Goyana Hollandeza. Na Europa, produziu mapas em relevo, comercializadas em Frankfurt. Rath também construiu maquinário para as indústrias de tecelagem, desenvolvendo 12 modelos diferentes, que lhe proporcionaram uma patente em 1841, que duraria por seis anos e que posteriormente seria vendida para Munique.

De acordo com Siriani (2003), Rath chegou ao Brasil na década de 1830 e foi contratado como engenheiro de obras pela Inspetoria de Obras Públicas, responsabilizando-se por diversas obras públicas. Sobre os motivos da mudança para o Brasil, uma vez que desfrutava de uma profissão consolidada no seu país de origem,

"uma das hipóteses, levantada por Friedrich Sommer, estudioso da imigração alemã, é que teria sido financiada por comerciantes alemães interessados nas pedras preciosas e minerais brasileiros, com uma visão estritamente econômica."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Outros fatos que podem tê-lo influenciado: o incentivo, na época, por parte do governo para a emigração para o Brasil e o fator pessoal, de Rath ter ficado viúvo duas vezes, com quatro filhos para criar - que, naquele momento, permaneceram na Alemanha.

"Casado em 1826 em primeiras núpcias com Elizabeth Barbara Buck, natural de Ulm – Würtemberg e falecida em 1841, tiveram dez filhos. Apenas quatro deles, três filhos e uma filha, sobreviveram.

Um deles, se sabe, faleceu mais tarde em Hohenloh – Oeringen; outro, Gustav Rath, deixou esposa indiana e quatro filhos, falecendo, em 1876, na então Caxemira, em Dinanagar (Peshawar). Sua filha se transferiu para os Estados Unidos e dela não se tem mais notícias.

Carlos Daniel Rath, que deve ter sido o mais velho, vindo também, depois para o Brasil, se projetou como cartógrafo, vivendo em São Paulo, próximo a seu pai e orientador."

[WEBER, Sérgio. Rath, engenheiro e pesquisador na Província de São Paulo. Revista ABRASP, n.7. Disponível em: <http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev7_art5.pdf>. Acesso em: 18 Fev. 2021.]

 

Como mencionado, Siriani (2003) acredita que Rath chegou ao Brasil em 1830; para Baldin (2012) é mais provável que tenha chegado ao país em 1845, começando a trabalhar como engenheiro de obras em São Paulo, em 1849 - até o presente, as pesquisas do Moyarte, encontraram a menção de seu nome nas publicações dos periódicos paulistas a partir da década de 1850.

Em 1845, recebeu a encomenda para a confecção de um estudo sobre os aspectos geológicos e geográficos da Província de São Paulo, que resultou na publicação "Fragmentos Geológicos e Geographicos Etc. - para a parte physica da estatística das Províncias de São Paulo e Paraná", no qual

"descreveu com precisão científica os aspectos geográficos e geológicos das localidades, indicando qual seria a melhor localidade para se implantar uma colônia para alemães e suíços."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Para as pesquisas mencionadas, Rath recebeu cartas de recomendações tanto do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, como a concessão para livre circulação pela província por parte do imperador. Infelizmente, grande parte dos relatórios - em alemão - produzidos durante essa expedição, entre 1845 e 1849, foram perdidos durante a inundação do Rio Anahngabaú (1850) - apenas uma parte desse material sobreviveu porque encontrava-se na casa de uma amigo em Curitiba na ocasião.

Em 1850, Carlos Rath fixou residência em São Paulo, com seu nome publicado no Almanaque Comercial de São Paulo, como "engenheiro de obras".

"Rath morava no bairro da Glória, perto do Largo da Pólvora, em um beco chamado de Beco do Rath, hoje Rua Américo de Campos. Em sua casa, além de promover reuniões recreativas dos alemães, guardava as coleções científicas, fruto de suas expedições."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Rath era conhecido como "Doutor Rath": os moradores de São Paulo o procuravam, com base no seu conhecimento sobre plantas medicinais - era descrito como "homeopata". Possuía um laboratório em sua residência, e no local, desenvolvia remédios a partir de plantas.

"Dizia que não era médico, apesar de conhecer as doenças e como curá-las. No Registro de Sepultamentos, há vários atestados de óbito em que se vê a assinatura ddo Dr. Rath" (BALDIN, 2012), de acordo com o depoimento de Marlies Schulze, disponível no Instituto Martius Staden.

Em 1853, informou as autoridades brasileiras sobre a invenção de um maquinário de medição:

"Tendo pessoalmente dito á V. Exa. que desejava pôr em practica uma machina de minha invenção destinada a marcar de uma vez a extensão, direção e declive de uma estrada qualquere, havendo-me V. Exa. lembrado que lhe devia disso, parte official a fim de ver se seria possível fazer-se pela província as despezas que serião necessárias para a execução daquella minha descoberta, reflecti que seria mais conveniente fazer à minha custa, por que no caso de que não apresnete o resultado esperado, ninguém se poderá queixar de mim, nem se dirão que, despendendo os dinheiros públicos em vans tentativas e, no caso contrário, será de tão evidente vantagem a minha machina que espero que o governo não deixará de indemnizar-me convenientemente."

[OFICIOS DIVERSOS DA CAPITAL, 1853, Apud BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Em 1855, Rath foi o responsável pelo parecer final sobre a localização apropriada para a construção do primeiro cemitério da cidade - Consolação - com base no tipo de solo, adequado para o enterro de cadáveres, assim como, analisou a direção dos ventos, que pouco sopravam para o centro da cidade - local da maioria das moradias naquele período. Baldin (2012) destaca que no século XIX acreditava-se que doenças eram causadas pela pestilência, pelos gases oriundos da putefração dos corpos.

"Em 1856, Rath publicou o documentos Memória sobre os cemitérios e o uso de enterrar nas Igrejas e suas origens, onde expõem a situação e a gravidade de se promover os enterramentos no interior dos tempos."

"Em 1858, Rath esteve à frente da cosntrução do Cemitério da Consolação, fruto de sua luta pela conscientização da população e do poder público do grande prejuízo causado pelso enterramentos feitos nas igrejas e em seus adros."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Com o grande número de protestantes morando na cidade de São Paulo na década de 1850, Rath também tomou parte nas discussões sobre a construção de um novo Cemitério dos Protestantes - localizada na Rua Sergipe, atrás do Cemitério da Consolação.

Carlos Rath também elaborou um estudo denominado "Dissertação Sobre as Águas", sobre os recursos hídricos da Província de São Paulo, trabalhando no desenvolvimento e manutenção de projetos relacionados ao abastecimento a água. Em 1856, ele foi encarregado das obras de canalização do Rio Tamaduateí.

"Em 1855, reparou, mediante pequena despesa, o rego que conduzia água para o tanque do Jardim Público da Luz. No mesmo ano, Rath dirigiu a obra de dessecamento do tanque do Zuniga, acabando com as águas estagnadas, foco de doenças."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Informações publicadas no Correio Paulistano (n. 351), em janeiro de 1856, relacionadas a 51a. Sessão Ordinária aos 12 de dezembro de 1855, da Câmara Municipal, relatam problemas com a construção do Tanque do Zunega.

Em 1859,

"elaborou um orçamento para o aproveitamento de toda a água fornecida pelos tanques. Concluiu que havia muita perda decorrente de erros nas bitolas dos canos."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

De acordo com Siriani (2003),

"uma de suas mais acirradas brigas com as autoridades locais referia-se ao abastecimento de água potável para a população da cidade. Irritado com toda sorte de imundícies que o córrego do Anhangabaú lançava no Tanque Municipal ao atravessar o matadouro do Humaitá, emprenhou-se numa discussão direta com a Cãmara Municipal. Assumindo o papel de guardião da precária saúde pública."

[SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003, p. 133.]

 

Em carta para o governo provincial, de 20 de março de 1864, ele argumentava sobre os perigos relacionados ao arrendamento de terrenos onde estavam localizados vertentes, tanques, tubulações de água:

"Arrendados que sejão semelhantes terrenos, servirão para 'pastos' de animaes e assim as águas desses tanques se tornarão insalubres por que os animaes vão nellas beber água, lavarem-se e, muitos animaes pestilentos. Já por vezes se tem encontrado, nesses tanques, animaes mortos, sendo ali conservados dias e dias por falta de zeladores. E ainda servemm, hoje, tais tanques para animaes beberem.

Encarregado pelo antecessor de V. Exa dos consertos desse encanamento, e tendo feito algumas obras para melhorar o abastecimento de água potável, julgo não deixar passar despercebida a medida que a Câmara quer adoptar, toda ella inconveniente à salubridade pública."

[OFICIOS DIVERSOS DA CAPITAL, 1864 Apud SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003, p. 134.]

 

De acordo com Siriani (2003), Rath venceu a discussão com a Câmara, pois, tempo depois, uma nota foi enviada com os valores dos consertos realizados nos encanamentos de água para o Tanque Municipal e o orçamento das obras para o cercamento e construção de valas, para evitar a entrada de animais.

Rath é mencionado na 51a. Sessão Ordinária aos 12 de dezembro de 1855 da Câmara Municipal citada, relacionado a outras obras na cidade:

"EXPEDIENTE.

Leu-se. - Portaria do Exm. governo da provincia datada a 11 do corrente, comunicando que encarregara ao Dr. Carlos Rath de demarcar a largura que deve ter a estrada da capital a Santos, no lugar denominado Cambucy: onde João José Ferreira está edificando um predio, cuja construcção foi pela camara embargada; e igualmente remettendo o officio daquelle engenheiro em que dá conta do resultado de sua comissão, ficando assim satisfeita a requisição da mesma camara constante do seu officio de 5 do corrente. - Que se desembargue a obra e dese o alinhamento pedido pelo supplicante João José Ferreira."

[CORREIO PAULISTANO, n. 351, 2 Jan. 1856.]

 

Seu talento para o desenho e para pintura foi empregado nos registros da população indígena, da fauna e flora brasileira, assim como na confecção de mapas: o Mappa da Imperial Cidade de São Paulo, de 1855 e a Planta da Cidade de São Paulo, de 1868 são de sua autoria.

 

Mapa Imperial da Cidade de São Paulo, elaborada por Carlos Rath (1855) .Acervo do Museu Paulista
FONTE: Informativo Arquivo Municipal de São Paulo "Washington Luís"

 

Carlos Rath também usou seus conhecimentos nos reparos das ruas de São Paulo: conserto da Rua da Glória (1855), abertura da Rua Formosa (1855). Também prestou serviços para a execução da Estrada da Maioridade, registrando as dificuldades da obra:

"Em 1856, Carlos Rath elaborou um extenso relatório, detalhando todas as dificuldades relativas a essa obra, desde a difícil relação com os colonos alemães, até as já citadas dificuldades naturais. Além da questão técnica, havia a questão financeira; era uma obra onerosa para os cofres públicos, e o dinheiro das barreiras era insuficiente para bancar uma obra deste porte."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Em sua tese, Baldin (2012), cita o relatório elaborado por Rath e apresentado na ocasião de sua demissão; a pesquisadora além de reproduzir as palavras de Rath, insere suas intervenções, destacando os pontos interesssantes, o contexto histórico do projeto - o título da tese defendida em 2012: A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860.

Em 1871, realizou estudos sobre sambaquis e grutas calcárias da costa brasileira, descrevendo a utilização da cal extraída dos sambaquis e utilizadas nas construções dos imigrantes que moravam na cidade de Santos.

"Os trabalhos de Carl Friederich Joseph Rath revelam sintonia com os princípios de atuação definidos pela primeira associação de geógrafos formada no mundo em 1821, a Société Geographique de Paris, que visavam, entre outros, relatar aspectos geográficos, geológicos, mineralógicos, antropológicos e paleontológicos do território.

(...)

Sua aproximação com a geografia moderna revela-se também pela sua filiação à Associação de Geógrafos de Franckfurt - Frankfurter Geographische Gesellschaft, da qual seria correspondente a partir de 1838, a segunda associação deste gênero fundada na Alemanha e a quarta mais antiga do mundo, depois daquela de Paris, Berlim e de Londres."

[SALGADO, Ivone. Carl Friederich Joseph Rath: o ‘higienismo’ na formação do corpus disciplinar do urbanismo na cidade de São Paulo. Vitruvius: Arquitexto, Out. 2009. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/10.113/18>. Acesso em: 18 Fev. 2021.]

 

Em 1874, Rath recebeu a visita de Dom Pedro II - que o agraciou, em 1846, com o grau na Imperial Ordem da Rosa -, curioso para conher o "Museu Rath", acervo este que, posteriormente, serviu de base para a implantação do Museu Paulista.

"Os conhecimentos de Rath nas áreas de ciências naturais e geologia, demonstrados em seu relatório sobre a estrada de Santos, (...) faziam dele um engenheiro com uma visão muito mais ampla da cidade. Ao fazer um projeto para um determinado edifício público, analisava os aspectos geológicos, o tipo de solo, os ventos, sempre pautado nas questões relacionadas à saúde pública. Todo o conhecimento que tinha referente às águas e ao potencial hídrico faziam de Rath um consultoy permanente da província nesse quesito."

[BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.]

 

Sobre o "Beco do Rath", Weber (S.D. n. 7), destaca que além de moradia, museu, serviu também de espaço cultural:

"A 22 de abril de 1857, o Dr. Rath tinha adquirido uma casa para a sua residência, na 'rua de traz do Cemitério Velho desta Capital', hoje Rua Galvão Bueno (...).

O amplo terreno de sua casa, de esquina, foi reservado para atividades culturais e foi lá que ele montou um teatro amador alemão. Em 1860 foi o palco inaugurado. Para o acontecimento, escreveu ele um prólogo que foi lido por Carlos Frederico Schaefer, seu amigo, genro de seu filho e companheiro nas montagens teatrais. Daí em diante, muito da arte dramática foi levada à cena.

Para ali perto, na esquina com a rua dos Estudantes, Rath transportou, também, as suas coleções mineralógicas, etnológicas, anteriormente expostas na “Casa dos Ingleses”. Rath concentrava, ali, seus mostruários com o material que, posteriormente, seria transferido ao “Museu Sertório” e aos Museus oficiais.

Com o passar dos anos, ainda naquela década de 1860, a pequena travessa, que se denominava Caminho da Pólvora, freqüentada para estas funções de cultura, passou a ser chamada, mesmo que informalmente, de 'Beco do Rath'.

(...)

Um esboço do próprio Dr. Carlos Rath, mostrando aquele recanto da cidade, caiu nas mãos do talentoso Wasth Rodrigues, que o transformou num pitoresco bico-de-pena que mostra esta travessa, com certeza, vista da rua da Glória, antigamente chamada de Rua do Cemitério. Este beco, ao lado de sua casa, um dia se transformou na atual Rua Américo de Campos."

[WEBER, Sérgio. Rath, engenheiro e pesquisador na Província de São Paulo. Revista ABRASP, n.7. Disponível em: <http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev7_art5.pdf>. Acesso em: 18 Fev. 2021.]

 

Siriani (2003), destaca que o

"Dr. Carlos Rath ficou conhecido na cidade não apenas por suas habilidades profissionais e intelectuais, as também por ter sido um benemérito. Tratava com atenção e respeito os trabalhadores de suas obras, chegando, muitas vezes, a interceder por eles junto às autoridades em caso de doença ou desemprego. Colaborou com inúmeras instiuições locais, não apenas àquelas ligas à comunidade alemã. A dedicação que nutriu pela cidade o motivou a pedir sua naturalização no ano de 1856."

[SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003, p.135.]

 

Chamado por muitos como “Doutor Allemão” ou “Benemérito Dr. Allemão” (WEBER, S.D, n.7), faleceu em São Paulo, em 12 de junho de 1876, aos 75 anos de idade, e foi enterrado no Cemitério dos Protestantes que ajudou a construir. O catálogo da exposição criada pelo Instituto Martius-Staden está dispoível no ISSU: "Exposição Virtual - Carl Rath".

 

 

dissertação sobre as águas da cidade
pelo dr. carlos rath

O relatório detalhado do Dr. Carlos Rath foi publicado "à prestação", em três edições do Correio Paulistano.








[CORREIO PAULISTANO, n.309, 7 Ago. 1855.]

 










[CORREIO PAULISTANO, n.310, 10 Ago. 1855.]

 











[CORREIO PAULISTANO, n.311, 14 Ago. 1855.]

 

 

referências bibliográficas

CORREIO PAULISTANO, n.309, 7 Ago. 1855.
CORREIO PAULISTANO
, n.310, 10 Ago. 1855.
CORREIO PAULISTANO
, n.311, 14 Ago. 1855.
CORREIO PAULISTANO
, n. 351, 2 Jan. 1856.

BALDIN, Adriane de Freitas Acosta. A presença alemão na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860. Tese. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, 2012.

SALGADO, Ivone. Carl Friederich Joseph Rath: o ‘higienismo’ na formação do corpus disciplinar do urbanismo a cidade de São Paulo. Vitruviu, 2009. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/10.113/18>. Acesso em: 16 Fev. 2021.

SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo Alemã: vida cotidiana dos imigrantes germânicos na Região da capital (1827-1889). São Paulo: Imesp, 2003.

WEBER, Sérgio. Rath, engenheiro e pesquisador na Província de São Paulo. Revista ABRASP, n.7. Disponível em: <http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev7_art5.pdf>. Acesso em: 18 Fev. 2021.

WEBER, Sérgio. Um cartógrafo na Província de São Paulo. Revista ABRASP, n. 10. Disponível em: <http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev10_art5.pdf>. Acesso em: 16 Fev. 2021.

 

 

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