Conhecido como Solar da Marquesa, essa edificação foi construída na segunda metade do século XVIII, em taipa de pilão.
Em 1 de abril de 1802, o Brigadeiro Joaquim José de Morais Leme recebeu o solar, como forma de pagamento de uma dívida.
Após o rompimento de suas relações com Dom Pedro I, a Marquesa de Santos - Maria Domitila de Castro Canto e Melo - em 1 de abril de 1834, adquiriu o solar da filha do Brigadeiro Joaquim José Pinto de Morais Leme e morou no local entre 1834 e 1867. Durante a sua permanência no local, a edificação era conhecida como Palacete do Carmo, onde eram promovidas festas, frequentadas pela aristocracia paulistana da época.
Em 1867, após o falecimento da marquesa, seu filho, o Comendador Felício Pinto de Mendonça Castro, herdou o solar, mas, em 28 de maio de 1808, a Mitra adquiriu a edificação, através de uma hasta pública (venda via penhora) e transformou o local em Palácio Episcopal.
Entre os anos de 1890 e 1909, suas estruturas internas foram alteradas, incluindo a demolição de várias paredes. Nas décadas de 1930 e 1940, recebeu alguns acréscimos externos, que dão para a Rua Doutor Bittencourt Rodrigues.
Em 17 de novembro de 1909, a edificação foi adquirida pela "The San Paulo Gas Company" e, posteriormente, em 1967, desapropriada pela Prefeitura de São Paulo. A Comgás permaneceu no local até 1972 e em 1975, a prefeitura instalou no local a Secretaria Municipal de Cultura.
O sobrado passou por uma restauração em 1960 e outra em 1992 (em 1991 uma parte da edificação ruiu).
"A fachada é em estilo neoclássico, provavelmente posterior a 1860, dividido em três partes desiguais por duas pilasttras. As envazaduras do térreo são simplificadas em relação às do superior que são encimadas por frontões triangulares e em arco."
[KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues (coord). Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT, bens tombados 1968 – 1998. São Paulo: Imesp, 1998, p.191.]
Em BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, detalhes sobre a pesquisa iconográfica sobre as mudanças da fachada do Solar da Marquesa:
"Pelas suas características arquitetônicas supõe-se que este edifício seja remanescente da última metade do século XVIII. É visível que o prédio sofreu várias reformas e recebeu sucessivos acréscimos, sedno difícil, porém, precisar-lhes a data. Conserva ainda algumas paredes de taipa de pilão e pode ser considerado o último exemplar de arquitetura residencial urbana deste mesmo século. Baseando-se em minuciosos levantamentos, é possível formular a hipótese de que esta casa é resultado da aglutinação de duas outras, não sendo possível, porém, precisar a época desta transformação. Reforça esta hipótese a aquarela intitulada "Panorama da Cidade de São paulo Visto da Várzea do Carmo", realizada por Arnaldo Juliano Pallière entre 1827/28, na qual o artista registrou dois sobrados, no local onde hoje se encontra o imóvel em questão.
Segundo fotografia de 1860, de autoria de Militão Augusto de Azevedo, pode-se colocar entre 1860 e 1906 o período em que a fachada recebeu a feição neoclássica que conserva ainda hoje. Uma planta encontrada nos arquivos da Comgás permite dizer que em 1916 foi construída uma clarabóia com vidros "cathadráticos" no teto do salão que está ao nível da Rua Roberto Simonsen. Era neste mesmo salão, que compreende toda a frente do edifício (comexceção da parte ocupada pela portaria da Secretaria Municipal de Cultura), que funcionava a loja da "The San Paulo Gas Company". Esta loja comercializava fogões a gás, ferros elétricos e diversos equipamentos de serviço doméstico."
[BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984, p.207.]
Número do Processo: 07852/69
Resolução de Tombamento: Resolução de 14/06/1971
Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 345, p. 57, p. 3, 24/06/1971
Resolução SC S/N/71, de 14 de junho de 1971, publicado no DOE 15/06/71.
O Secretário de Cultura, Esportes e Turismo, no uso de suas atribuições legais e nos termos do artigo 1o do Decreto-Lei no 149, de 1969,
Resolve:
Artigo 1o – Fica tombado como monumento histórico do Estado de São Paulo o imóvel denominado “Solar da Marquesa de Santos” situada à Rua Roberto Simonsen no 136, nesta Capital.
Artigo 2o – Fica o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado autorizado a inscrever no Livro do Tombo competente o referido imóvel, para os devidos e legais efeitos.
Artigo 3o - Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação. Pedro de Magalhães Padilha, Secretário de Estado.
RESOLUÇÃO Nº 05/CONPRESP/1991
Por decisão unânime dos Conselheiros presentes à reunião realizada aos cinco dias do mês de abril de 1991, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, resolve, nos termos e para os fins da Lei no 10.032/85, com as alterações introduzidas pela Lei n o 10.236/86, tombar "ex-officio" os bens abaixo descriminados:
(...)
5) Solar da Marquesa de Santos - Rua Roberto Simonsen, 136 - Centro;
(...)
Esta resolução deverá ser submetida à efetivação da Senhora Secretária, bem como homologada pela Senhora Prefeita, com posterior registro no livro próprio.
YAMAGAWA, Mônica. Solar da Marquesa, Museu da Cidade de São Paulo - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022. [Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
ABDALLA, Antônio Carlos, ESTEVES, Juan. Capital - São Paulo e Seu Patrimônio Arquitetônico. São Paulo: Imesp, 2013.
BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.
KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues (coord). Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT, bens tombados 1968 – 1998. São Paulo: Imesp, 1998.
A |
B |
C |
D |
E |
F |
|
G |
H |
I |
J |
K |
L |
M |
N |
O |
P |
Q |
R |
S |
T |
U |
V |
W |
X |
Y |
Z |
Informações sobre a história do Centro de São Paulo organizadas por séculos e divididas por décadas para facilitar a pesquisa.
Informações sobre estabelecimentos comerciais, bancários, educacionais e outros relacionados ao setor terciário, que existiram no Centro de São Paulo, assim como, estabelecimentos históricos que ainda funcionam na região.
Verbetes sobre o Centro de São Paulo: moradores, estabelecimentos comerciais, edificações, entre outros.
Informações sobre os logradouros localizados no Centro de São Paulo, incluindo os que desapareceram com as alterações urbanas realizadas desde a fundação da cidade.
Indicações de livros, artigos, sites, vídeos sobre o Centro de São Paulo.
Informações sobre bens tombados, legislação, tombamento do Iphan, Condephaat e Conpresp. Notícias sobre os bens tombados. Projetos de requalificação urbana e preservação do patrimônio cultural tombado.