Em junho de 1851, nas informações publicadas pela Delegacia da Capital, foi encionado que no dia 22 de junho: "Começou a formação da culpa de furto contra Jo(?)o Gibert, ausente, a requerimento de Luiz Suplicy" [O GOVERNISTA, n.773, 28 Jun. 1851]. Em novembro do mesmo ano, o nome de Luiz Suplicy foi mencionado como contato em São Paulo para a entrega de uma escrava que fugiu [O MERCANTIL, n.124, 12 Nov. 1851].
Em fevereiro de 1853, Suplicy foi o testamenteiro de Luiz Gerard - com base no sobrenome, era membro da família de sua espposa, Theresa que era filha de Victor Gerard e irmã de Marcellino Gerard.
Em novembro de 1855, Suplicy estava entre os negociantes que assinavam a carta solicitando ao presidente da província a liberação das mercadorias paradas no Porto de Santos, a suspensão das medidas criadas para criar uma barreira sanitária visando o combate à epidemia que impediam o trajeto de seus produtos do porto para a capital [CORREIO PAULISTANO, n.339, 21 Nov. 1855].
"AVISO AO PUBLICO.
O abaixo assignado, estabelecido n'esta capital - na rua do Rozario n. 26 - com loja de ourives e completo sortimento de objectos de ouro, prata, e brilhantes, tendo sido informado de que alguns especolodores que venndem objectos dessa ordem por diversas partes da provincia não duvidão afirmar que são elles da casa do denunciante, julga do seu dever declarar que o unico encarregado de vender os objectos de sua casa é o senhor Augusto Biacle. - S.Paulo 23 de outubro de 1855 - Luiz Supplicy"
[CORREIO PAULISTANO, n.355, 16 Jan. 1856.]
[CORREIO PAULISTANO, n.355, 16 Jan. 1856.]
De acordo com Bivar (2007), Suplicy era:
"Conhecido em vários cantões da cidade e mesmo do interior da Província, pelos registros de escritura percebe-se que participava muito das transações locais. Testemunha de diversos momentos de vida, como de compra e venda, formação de sociedade, reconhecimento de filha natural, não só de seus compatriotas, como também de outros moradores da São Paulo de então.
Era uma pessoa requisitada e acreditada na praça. Tanto, que ao lado de brasileiros, foi testemunha em 1857 de um contrato que firmava trazer colonos alemães a São Paulo.
(...)
Ao contrário de Garraux, por exemplo, Supplicy não era dado a anúncios. Os existentes no Correio Paulistano eram poucos.
(...)
(...) as mercadorias de Supplicy, do mesmo modo que seu nome, deveriam ser de alta conta entre os moradores do interior, que adquiriam os artigos, e entre os próprios falsários, que se aventuravam a vender as jóias em seu nome. Nota-se, por outro lado, que Supplicy, ademais de dispor seus objetos de ourivesaria na capital, tinha um mascate, um representante que andarilhava por entre as cidades e propriedades rurais.
(...)
Um dos investimentos de Supplicy foi a de compra de terrenos e casas. Em 1852, adquiriu uma casa na Rua dos Piques200, vendeu um terreno e uma casa por onde passava o rio Pirajussara201 e, finalmente, logrou comprar o sobrado na rua da Imperatriz em 1864202 . Com 5 portas “nos baixos” e 5 janelas “nos altos” foi lá que Supplicy comerciou e morou durante seus últimos meses de vida, o que era um indício de estabilidade, dado que a maioria dos negociantes arrendava casas para seu estabelecimento.
(...)
Esse ourives confeccionava suas jóias artesanalmente, mas também adquiria importados só que sem relação direta com a França. Comprava mercadorias no Rio de Janeiro. Lidava com corais, brilhantes, rubis, esmeraldas, ademais de ouro e prata. A diversidade de artigos feitos com esses materiais era grande. Somente para assinalar alguns que não estavam dentre os anunciados, porém constavam do inventário: isqueiros com tampos; cabos para faca e chicote; anéis para cabelos; dedais de ouro; abotoaduras para coletes e botões de punho.
(...)
Somente o fato de comprar ouro, prata e pedras é alusivo de que era artesão, pois se tratava de materiais necessários à confecção de suas jóias. Aparelhos de chá e café, e 48 garrafas de vinho Bordeaux, por outro lado, denotam a variedade de mercadorias expostas que não a de sua especialidade. Para esses frágeis objetos de porcelana tinha um guardalouça envernizado, além de '5 taboletas com vidros para amostra de joias”, uma “armação da casa de joias envernisada e envidraçada' e um 'lampião para vidraça'. Então, iluminava suas obras nas vitrines para que ficassem reluzentes aos olhos do passante."
[BIVAR, Vanessa dos Santos Bodstein. Vivre à St. Paul: os imigrantes franceses na São Paulo oitocentista. Tese. São Paulo: FFLCH - USP, 2007, p.293-297.]
Em abril de 1863, uma nota de Luiz Suplicy publicada no Correio Paulistano informava a partida para o Rio de Janeiro, solicitando aos seus devedores saldar suas dívidas até o dia 30 do mês [CORREIO PAULISTANO, n.2086, 20 Abr. 1863]; porém, alguns devedores não quitaram seus débitos até a data mencionada, em outra nota, de maio de 1863, Suplicy informava que durante a sua estadia no Rio de Janeiro, os valores devidos poderiam ser entregues "à sua senhora" - Dona Theresa Suplicy [CORREIO PAULISTANO, n.2094, 6 Mai. 1863 e CORREIO PAULISTANO, n.2771, 22 Ago. 1865.].
Luiz Suplicy faleceu em agosto de 1865 - a nota de agradecimento da viúva trazia informações sobre o nome de seu sogro e cunhado (Marcelinno Gerard).
Após a morte de Suplicy, sua viúva colocou para locação o andar superior do imóvel localizado na Rua do Rosário, 44 - no andar térreo, manteve o estabelecimento de seu marido:
Entre dezembro 1866 e junho de 1867, foram publicados informações sobre parte da herança de Suplicy:
Em maio de 1869, a "viúva Suplicy" continuava ativa no comércio da cidade:
Em março de 1872, uma nota sobre o casamento de Thereza Suplicy - não há informações adicionais se a noiva em questão é a viúva Suplicy, ou algum outro membro da família com o mesmo nome; na nota de falecimento de Luiz Suplicy, seu nome aparece gravado com "s' - Theresa -, aqui, com "z", - Thereza"; em anúncios posteriores Theresa é descrita como "viúva Suplicy":
Em setembro de 1872, Theresa Suplicy - ainda descrita como "viúva Suplicy" - solicita à Câmara Municipal o não aumento dos impostos referentes ao seu estabelecimento
Em setembro de 1873, "Madame" Suplicy, assim como outras moradoras da cidade, viu seu nome envolvido com a compra de itens roubados - não é possível afirmar que a pessoa mencionada era Theresa ou outro membro da família Suplicy, porém, em anúncios posteriores, ao invés de "viúva" Suplicy, foi mencionada "madame" Suplicy (a mudança seria por causa do casamento, ou seja, a Thereza mencionada acima, casada com Porchat Junior, era a viúva de Luiz Suplicy, assim como a "vítima" que comprou um item roubado?):
Na Sessão Ordinária de 18 de outubro de 1877 da Câmara Municipal, de acordo com o parecer da comissão:
"a casa de d. Thereza Suplicy considerada de 2a. classe, não se devendo attender ao que a supplicante allega em seu requerimento para pagar imposto igual ao que pagou anno passado."
[CORREIO PAULISTANO, n.6306, 11 Nov. 1877.]
Em 1876, surge o nome de Hippolyto Suplicy - de acordo com Bivar (2007), um dos filhos de Luiz e Theresa - nos anúncios de loja de jóias:
Nos anúncios de 1879, surge um "novo Suplicy" comercializando jóias em São Paulo: João Suplicy.
Com base nas informações obtidas nos sites Ancestry, Geni e MyHeritage:
YAMAGAWA, Mônica. Loja de Ourives de Luiz Suplicy - História do Comércio do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/historia-do-comercio /indice-historia-comercio.html>. Acesso em: 10 Dez. 2021.
[Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
BIVAR, Vanessa dos Santos Bodstein. Vivre à St. Paul: os imigrantes franceses na São Paulo oitocentista. Tese. São Paulo: FFLCH - USP, 2007.
CORREIO PAULISTANO, n.183, 5 Fev. 1855.
CORREIO PAULISTANO, n.333, 30 Out. 1855.
CORREIO PAULISTANO, n.339, 21 Nov. 1855.
CORREIO PAULISTANO, n.345, 12 Dez. 1855.
CORREIO PAULISTANO, n.355, 16 Jan. 1856.
CORREIO PAULISTANO, n.423, 15 Mai. 1856.
CORREIO PAULISTANO, n.831, 31 Dez. 1858.
CORREIO PAULISTANO, n.2086, 20 Abr. 1863.
CORREIO PAULISTANO, n.2094, 6 Mai. 1863.
CORREIO PAULISTANO, n.2255, 19 Nov. 1863.
CORREIO PAULISTANO, n.2597, 27 Set. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n.2728, 29 Jun. 1865.
CORREIO PAULISTANO, n.2771, 22 Ago. 1865.
CORREIO PAULISTANO, n.2857, 3 Dez. 1865.
CORREIO PAULISTANO, n. 2861, 8 Dez. 1865.
CORREIO PAULISTANO, n.3161, 6 Dez. 1866.
CORREIO PAULISTANO, n.3204, 30 Jan. 1867.
CORREIO PAULISTANO, n.3218, 16 Fev. 1867.
CORREIO PAULISTANO, n.3314, 15 Jun. 1867.
CORREIO PAULISTANO, n.3876, 19 Mai. 1869.
CORREIO PAULISTANO, n.4713, 2 Mai. 1872.
CORREIO PAULISTANO, n.4940, 6 Fev. 1873.
CORREIO PAULISTANO, n.4999, 3 Mai. 1873.
CORREIO PAULISTANO, n.5263, 31 Mar. 1874.
CORREIO PAULISTANO, n.5951, 25 Ago. 1876.
CORREIO PAULISTANO, n.5952, 26 Ago. 1876.
CORREIO PAULISTANO, n.6054, 30 Dez. 1876.
CORREIO PAULISTANO, n.6114, 20 Mar. 1877.
CORREIO PAULISTANO, n.6210, 18 Jul. 1877.
CORREIO PAULISTANO, n.6306, 11 Nov. 1877.
CORREIO PAULISTANO, n.6708, 2 Abr. 1879.
CORREIO PAULISTANO, n.6756, 1 Jun. 1879.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.217, 28 Abr. 1866.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.452, 16 Fev. 1867.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.1858, 20 Dez. 1871.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.1919, 7 Mar. 1872.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2071, 13 Set. 1872.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2109, 27 Out. 1872.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2189, 5 Fev. 1873.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2371, 18 Set. 1873.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2439, 10 Dez. 1873.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2525, 29 Mar. 1874.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.2537, 16 Abr. 1874.
DIÁRIO DE S.PAULO, n. 3273, 4 Nov. 1876.
LOUIS JEAN JOSEPH SUPLICY. Ancestry. Disponível em: <https://www.ancestry.com/ genealogy/records/louis-jean-joseph-suplicy-24-2q0gw0d>. Acesso em: 1 Jan. 2022.
LOUIS JEAN JOSEPH SUPLICY. Ancestry. Disponível em: <https://www.geni.com/people/Louis-Jean-Joseph-Suplicy/6000000034545476220>. Acesso em: 1 Jan. 2022.
LUIZ SUPLICY. MyHeritage. Disponível em: <https://www.myheritage.com.br/names/luiz_suplicy>. Acesso em: 1 Jan. 2022.
O GOVERNISTA, n.773, 28 Jun. 1851.
O MERCANTIL, n.124, 12 Nov. 1851
A |
B |
C |
D |
E |
F |
|
G |
H |
I |
J |
K |
L |
M |
N |
O |
P |
Q |
R |
S |
T |
U |
V |
W |
X |
Y |
Z |
Informações sobre a história do Centro de São Paulo organizadas por séculos e divididas por décadas para facilitar a pesquisa.
Informações sobre estabelecimentos comerciais, bancários, educacionais e outros relacionados ao setor terciário, que existiram no Centro de São Paulo, assim como, estabelecimentos históricos que ainda funcionam na região.
Verbetes sobre o Centro de São Paulo: moradores, estabelecimentos comerciais, edificações, entre outros.
Informações sobre os logradouros localizados no Centro de São Paulo, incluindo os que desapareceram com as alterações urbanas realizadas desde a fundação da cidade.
Indicações de livros, artigos, sites, vídeos sobre o Centro de São Paulo.
Informações sobre bens tombados, legislação, tombamento do Iphan, Condephaat e Conpresp. Notícias sobre os bens tombados. Projetos de requalificação urbana e preservação do patrimônio cultural tombado.