Em maio de 1841, o cirurgião-dentista Vautier atendia os moradores de São Paulo na Rua do Rosário, número 15:
"EMILIO VAUTIER , cirurgião Dentista das faculdades de Paris e Rio de Janeiro, faz saber ao respeitável publico que tendo feito viagem já chegou: as pessoas que quizerem utilisar de seus prestimos queirão dirigir-se á Rua do Rozario no. 15."
[A PHENIX, n. 327, 25 Mai. 1841.]
Através da publicação de uma nota em "O Publicador Paulistano" (1841), encontramos a informação de que Vautier, assim como muitos estrangeiros residentes no Brasil, no século XIX, possuía um escravo de nome "Adolpho".
Os anúncios a partir de 1862, indicam o novo número de seu endereço na Rua do Rosário, porém, a mudança de número, pode indicar apenas a mudança nas regras de numeração do logradouros, não necessariamente, uma mudança de endereço físico.
O anúncio abaixo, com o símbolo imperial, começou a ser publicado nos anúncios de 1863, no Correio Paulistano - anteriormente os anúncios informavam que o "atendimento aos pobres" eram realizados entre 7h e 8h da manhã, a partir do ano de 1863, passaram para o intervalo de 7h às 9h da manhã:
Em um anúncio de 1863, sobre a venda de um terreno, a informação publicada indica que a propriedade à venda, fica localizada "defronte a chacara do sr. Emilio Vautier" [CORREIO PAULISTANO, n. 2.266]; provavelmente, além do estabelecimento na Rua do Rozario, Vautier possuía outra propriedade para moradia ou mesmo, para o exercício de outras atividades econômicas.
Em uma nota publicada em 1864, é mencionado um acidente com "operarios e escravos" de Vautier, ou seja, além de funcionários (homens livres), é provável que os rendimentos de Vautier contassem com os trabalhos dos denominados "escravos de ganho", que prestavam serviços para terceiros e seus pagamentos eram repassados ou dividios para o seu "dono":
No Correio Paulistano (n. 2.295), após o desastre, há nota sobre a morte de Luiz, descrito no obituário escravo de Vautier, e nota assinada de Caetano Ferreira Balthar, pedindo uma posição de Vautier sobre o desastre ocorrido acima mencionado:
Em abril de 1864, uma nota de agradecimento indica que apesar de cirurgião-dentista, Vautier, também era procurado para atender outros problemas:
Em julho de 1864, na convocação para a presentação de documentação para comprovação de seus diplomas (titulos), Vautier estava na lista dos que apresentaram os certificados validados:
A partir de fevereiro de 1866, o endereço do anúncio passou para Rua do Rosário, 9 - o que pode indicar uma mudança de endereço, ou, talvez, apenas renumeração das casas da rua.
De acordo com nota publicada no Correio Paulistano (n. 3.481), Francisco Emilio Vautier adquiriu 10 ações para o prolongamento da linha férea Jundiaí-Campinas.
Com base em nota de abril de 1869, Vautier foi sócio de uma botica (farmácia), localizada na Rua Direita:
Vautier era um dos poucos na época, proprietário de "veículos" em 1868 - talvez, não por sua situação econômica, mas, por sua profissão, porém, integrava o pequeno grupo de proprietários:
Como muitos estrangeiros, Francisco Emilio Vautier também possuía escravos, como apontava a nota de falecimento de uma de suas escravas em 1870 [DIARIO DE S.PAULO, n.1870, 5 Jan. 1870].
Em setembro de 1872, uma nota mencionava "E. Vautier", não é possível afirmar se é Eugenio Vautier ou Emilio Vautier:
Em setembro de 1873, uma nota sobre desapropriações, foi mencionado o "portão" de Vautier, porém, não estava claro se o local era o endereço de sua moradia, ou se, assim como Bamberg, ele possuía propriedades no local:
Em janeiro de 1874, Emilio foi responsável pelo testamento de Maria Catharina Ferard:
Na década de 1870, no endereço da Rua da Imperatriz número 9 - nome dado posterirmente à Rua do Rozario -, Eugenio Vautier passou a atender os moradores de São Paulo, oferecendo seus serviços de cirurgião dentista, provavelmente, um membro da família de Francisco Emilio. Em 1878, o sobrenome Vautier associado ao endereço da Rua da Imperatriz número 9, surgiu como um dos sócios de Antonio Gouveia da Rocha no estabelecimento "À Botina Elegante".
De acordo com os dados publicados pelo projeto "Dicionário de Ruas", Francisco Emilio Vautier, era francês, nasceu em 1814, faleceu em 16 de setembro de 1889.
A PHENIX, n. 327, 25 Mai. 1841.
CORREIO PAULISTANO, n. 1.721, 29 Jan. 1862.
CORREIO PAULISTANO, n. 1.787, 24 Abr. 1862
CORREIO PAULISTANO, n. 2.266, 2 Dez. 1863.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.293, 6 Jan. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.295, 9 Jan. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.368, 10 Abr. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.452, 22 Jul. 1864.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.807, 5 Out. 1865.
CORREIO PAULISTANO, n. 2.913, 14 Fev. 1866.
CORREIO PAULISTANO, n. 3.481, 8 Jan. 1868.
CORREIO PAULISTANO, n. 3.838, 3 Abr. 1869.
CORREIO PAULISTANO, n. 3.849, 16 Abr. 1869.
DIÁRIO DE S.PAULO, n. 898, 22 Ago. 1868.
DIARIO DE S.PAULO, n.1870, 5 Jan. 1870.
DIARIO DE S.PAULO, n.2066, 6 Set. 1872.
DIARIO DE S.PAULO, n.2360, 4 Set. 1873.
DIARIO DE S.PAULO, n.2473, 23 Jan. 1874.
DICIONÁRIO DE RUAS. Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. Disponível em: <https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/>. Acesso em: 12 Out. 2020.
LUCA, Tania Regina de, VIDAL, Laurent (org.). Franceses no Brasil: séculos XIX - XX. São Paulo: Unesp, 2009.
O PUBLICADOR PAULISTANO, n. 32, 21 Nov. 1857.
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