A 1a. Casa da Ópera foi inaugurada, em meados do século XVIII, na Rua São Bento, onde, segundo o pesquisador Nuto Sant'Anna, em suas publicações da década de 1940, eram realizadas
"funções leves, de puro teatro de variedades,c om a encenação de farsas e entremezes a que chamavam genericamente de óperas"
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.29.]
Ainda segundo Sant'Anna, existiu outro Teatro da Ópera, a 2a. Casa da Ópera, fundada por ordem de Morgado de Mateus (Capitão-General Luís António de Souza Botelho Mourão). Na década de 1950, em uma outra publicação, Nuto Sant'Anna, mencionou um pequeno teatro que funcionava no Palácio do Governo (área atualmente conhecida como Pátio do Colégio), no antigo prédio da Casa da Fundição.
Na década de 1950, Aureliano Leite, também publicou em suas pesquisas que a Casa da Ópera funcionava na antigad Casa de Fundição:
"1722 - Cesar de Meneses, primeiro capitã-general que residiu em São Paulo, aluga de D.Simão Piza, para Palácio do Governo, o seu sobrado, depois Casa de Fundição, e por último Teatro da Ópera.
(...)
Durante a administração de Bernardo de Lorena, levantar-se-ia, em 1793 a 1795, na capital, o primeiro prédio regular para representações, Teatro da Ópera, que se localizaria onde muito depois se construiria a Secretaria da Agricultura."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.30.]
No entanto, Antonio Barreto Amaral, menciona que tais informações, eram incorretas, pois, segundo documentos da época, por volta de 1730, a Casa de Fundição passou a funcionar no local, mas, foi posteriormente fechada. Porém, outra foi aberta no mesmo prédio, funcionando entre as décadas de 1750 e 1760. Depois, em 1770, a Casa de Fundição foi, novamente, reaberta, funcionando no mesmo espaço até 1819:
"Portanto, nesse derradeiro período funcionou a Casa de Fundição, ao mesmo tempo em que eram dados espetáculos na Casa da Ópera, que vinha do século anterior.
Não seria crível, dada a natureza das operações que realizava, como a manipulação de ouro, suscetíveis da mais rigorosa vigilância e de horários, que, no mesmo imóvel, se realizassem funções teatrias."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.31.]
Segundo Antonio Barreto do Amaral, no registro da Sessão da Câmara Municipal de São Paulo de 1870, é mencionada:
"a utilidade e conveniência da desapropriação das duas moradas de casas contíguas ao teatro demolido no Largo do Palácio"
e na sessão de 1881,
"para fins convenientes, do auto da colocação da primeira pedra, feito no dia 7 deste mês, para o edificio destinado à Tesouraria da Fazenda desta Província, no Largo do Colégio, na parte que foi ocupada pelo antigo Teatro e Casa da Fundição"
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.32.]
Ainda segundo Antonio Barreto do Amaral, tais registros das sessões da Câmara Municipal demonstram a existência não de uma, mas de três edificações no local: a casa do governador, a Casa de Fundição e a Casa da Ópera. Em outros três documentos, que o pesquisador localizou no Arquivo do Estado, ficou claro que a Casa da Ópera jamais funcionou na Casa de Fundição. Em 1851, nos registros de uma reunião dos membros da comissão organizada encarregada de construir um teatro na cidade, é mencionada a seguinte informação:
"... foi celebrado o seguinte contrato de venda dos materiais do Theatro pertencente a esta Prova e arrendamento do terreno que se acha o mesmo, bem como do que existe contíguo e foi casa da fundição e armazem..."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.33.]
Meses depois, em ofício emitido pelo inspetor do Tesouro Provincial, a existência de duas edificações também são mencionadas:
"... o contrato de venda dos materiais do Teatro pertencente a esta Província, e arrendamento do terreno em que o mesmo se acha, bem como do que existe contígui, e foi casa da fundição e armazem..."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.33.]
E, em 1852, em informações sobre o contrato entre o Governo da Província e Antônio Bernardo Quartim, há uma referência sobre a localização da Casa da Ópera:
"Obriga-se a fazer a sua conta dentro de 6 meses, a contarem-se depois de um mês da data do contrato, o conserto necessário para a segurança, e conservação do Teatro desta Cidade, constituindo em pilares de pedra, ou tijolo na parede lateral que faz face parte a extinta casa da fundição..."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.34.]
Barreto do Amaral, também menciona um documento de 1830, publicado somente na década de 1960, confirma que os dois estabelecimentos, Casa da Ópera e Casa da Fundição, eram contíguos e eram incorretas as informações de Nuto Sant'Anna e Aureliano Leite que a primeira funcionou no antigo prédio da segunda:
"O Armazém do Almoxarifado que é uma casa de sobrado, sita no Pátio do Colégio, a qual pelo lado esquerdo se divide com a travessa que segue ao dito Pátio, para a denominada da Fundição, a sair do Pátio da Sé (...): pelos fundos faz frente com a travessa que vem do Pátio da Sé para a rua de Santa Teresa (...) Esta propriedade pelo lado direito se divide na frente com a casa que lhe é contígua pertencente à Fazenda Nacional: pelo mesmo lado para a parte do fundo com a Casa do Têatro, e a Casa da Moeda...
(...)
Casa contígua à do armazém. Uma propriedade de casas sita no Pátio do Colégio, a qual é de sobrado, paredes de taipa de pilão, coberta de telhas a qual do lado esquerdo se divide com a Casa do Têatro, e pelos fundos com a Casa da Moeda..."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.35.]
Maria da Glória Molina Quartim, filha de Antônio Bernardo Quartim (empresário do Teatro da Ópera e construtor do Teatro São José), assim descreveu o local:
"porta larga ao centro, e duas lateriais, comuns, com grandes espaços, comuns na época. Tinha mais de vinte camarotes em cada ordem, largos, com 3 ordens, sendo a frente da segunda ordem ocupada pelo presidente e mais dois camarotes ao lado. O camarote era atapetado, descia da pequena sala por 2 ou 3 degraus e era esteirado com aquelas esteiras da Índia. Tinha cortinas de cetim verde com abrolhos amarelos."
[AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.36.]
Contrato para realização de espetáculos, registrado no cartório do tabelião público de notas, José Maria da Luz, o empresário Antônio Joaquim de Oliveira (alferes), e os artistas:
No mapa geral dos habitantes, aparece o nome de Pulquéria Maria Antônia de Oliveira (que assim como Gertrudes Maria), tendo descrita como profissão, "cômica da Casa da Ópera".
Em janeiro, o Senado mandou encenar ma "ópera', em homenagem ao nascimento do Infante.
O Senado mandou encenar uma "ópera" em celebração a paz entre a Monarquia Portuguesa e a República Francesa (13 e 15 de junho).
O Senado mandou encenar uma "ópera" em homenagem ao nascimento do filho de Dona Maria Teresa (Princesa de Brant)".
Em suas memórias, os cientistas Spix e Martius, mencionaram ter assistido a opereta "Le Deserteur", na Casa da Ópera (traduzida para o português e encenada por atores negros).
AMARAL, Antonio Barreto do. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006.
O FAROL PAULISTANO, n. 129, 12 Jul. 1828.
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