De acordo com Corrêa do Lago (2001), a Confeitaria do Leão contava com uma
"decoração extremamente sofisticada para a São Paulo da época, constituía-se em um ponto de encontro importante, na confluência da Rua da Quitanda e da Rua do Comércio."
[LAGO, Pedro Corrêa do. Militão Augusto de Azevedo: São Paulo nos anos 1860. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria / Editora Capivara, 2001, p.68.]
Na parte superior da fachada, dois ornamentos em formatos de "leões", uma no canto da porta voltada para Rua da Quitanda outro no canto da Rua do Commercio.
Segundo Campos (2007), a edificação da Confeitaria do Leão, na época da fotografia de MIlitão Augusto de Azevedo (1862 - 1863) era a única esquina com o canto arredondado.
"Se no caso do canto cortado, cujo primeiro exemplo datável remonta a 1824, é impossível descobrir se havia por trás dessa idéia a presença de algum engenheiro, no caso do canto arredondado, ao contrário, sabemos com segurança quem foi o introdutor desse novo modelo de esquinas: o engenheiro prático e vereador José Porfírio de Lima, que, em 1859 teve uma indicação aprovada nesse sentido.
A Confeitaria e Padaria do Leão obedeceu, portanto, a essa postura ou, então, trouxe para a Paulicéia uma moda arquitetônica que estava em vigor no Rio de Janeiro. O edifício, completamente reformado, reabriu suas portas em 27 de setembro de 1862. E sua imagem deve ter sido registrada por Mi li tão por ocasião dessa reinauguração. Notemos que, na foto, a rua que se vê à direita ainda não estava em obras para a execução do novo calçamento.
(...)
Vemos, assim, que a rua da Quitanda esteve em obras desde outubro de 1862, mais ou menos, até fins de março de 1863, o que reforça a hipótese de ter sido fotografada entre 27 de setembro de 1862 e os primeiros dias de outubro desse ano, pouco antes de terem sido iniciados os trabalhos de recuperação viária.
(...)
O fotógrafo carioca deve ter ficado muito impressionado com a nota dissonante que a sede da confeitaria produzia na paisagem provinciana da cidade, tanto pelo ineditismo da atividade comercial que se desenvolvia no prédio, quanto por sua aparência externa. Fixou-a em duas imagens, em que se observa a decoração neoclássica pretensiosa do predinho, a qual não disfarçava o fato de ele ser originalmente uma singela e antiquada construção térrea. O cunhal arredondado, os vários painéis de faiscado multicolorido, as portas transformadas em vitrinas e a platibanda pontuada de crateras e leões deitados, de faiança portuguesa - elementos decorativos, cuja presença justificava por certo o nome dado ao estabelecimento comercial -; tudo isso fora visto certamente na Corte e estava sendo meticulosamente reproduzido aqui, para o gáudio novidadeiro dos paulistanos."
[CAMPOS, Eudes. A cidade de São Paulo e a era dos melhoramentos materiaes: Obras públicas e arquitetura vistas por meio de fotografias de autoria de Militão Augusto de Azevedo, datadas do período 1862-1863. Estudos de Cultura Material. Anais do Museu Paulista, n.15, Volume I, Jun. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/anaismp/a/KrDTV6HCBwksmNbSZPvgZqp/?lang=pt#>. Acesso em: 9 Jan. 2022.]
Em 1865, o estabelecimento continuava na mesma esquina:
YAMAGAWA, Mônica. Confeitaria do Leão - História do Comércio do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/historia-do-comercio /indice-historia-comercio.html>. Acesso em: 9 Jan. 2022.
[Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
BARBUY, Heloisa, FERNANDES JÚNIOR, Rubens, FREHSE, Fraya, SIQUEIRA, Henrique. Militão Augusto de Azevedo. São Paulo: Cosa Naify, 2012.
CAMPOS, Eudes. A cidade de São Paulo e a era dos melhoramentos materiaes: Obras públicas e arquitetura vistas por meio de fotografias de autoria de Militão Augusto de Azevedo, datadas do período 1862-1863. Estudos de Cultura Material. Anais do Museu Paulista, n.15, Volume I, Jun. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/anaismp/a/KrDTV6HCBwksmNbSZPvgZqp/?lang=pt#>. Acesso em: 9 Jan. 2022.
DIÁRIO DE S.PAULO, n.7, 8 Ago. 1865.
LAGO, Pedro Corrêa do. Militão Augusto de Azevedo: São Paulo nos anos 1860. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria / Editora Capivara, 2001.
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