O Theatro Municipal de São Paulo foi construído pelo Escritório Ramos de Azevedo, com projetado assinado por Domiziano Rossi e Cláudio Rossi.
As obras começaram no dia 26 de junho de 1903 e o teatro foi inaugurado em 12 de setembro de 1911.
"O teatro é um exemplar típico da arquitetura oficial do século, de linguagem eclética com forte influência neoclássica. Foi edificado com técnica avançada para época, em alvenaria de tijolos, estrutura de concreto armado e vigamento de ferro sustentando a cúpula e cobertura. O seu interior é ricamente adornado com pinturas em ouro, grande lustre de cristal sobre a platéia, majestosas escadarias, além de uma infinidade de detalhes em relevo."
[KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues Epitácio. Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT - bens tombados 1968 - 1998. São Paulo: Imesp, 1998, p.192.]
"Edificado no estilo eclético, conforme o padrão construtivo do início do século XX, ricamente adornado com pinturas a ouro e com um grande lustre de cristal suspenso sobre a platéia, o Municipal era o prédio mais alto da cidade, fazendo vista imponente sobre o Vale do Anhangabaú. Os quatro milhões e meio de tijolos, setecentas toneladas de estruturas de ferro laminado e perfilado e as cinqüenta toneladas de ferro fundido resultaram nos três mil e seiscentos metros quadrados de construção. Na decoração interna utilizou-se com abundância ouro, cristal, bronze, mármores e espelhos. Palco e platéia seguem o estilo barroco."
[BERNARDES, Maria Elena. Cidade civilizada e a cena lírica: O Teatro Municipal de São Paulo (1910-1930). ANPUH – XXV Simpósio Nacional de História, 2009. Disponível em: <http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0646.pdf>. Acesso em: 27 Set. 2017.]
Em 1895, o edil (vereador) Carlos Garcia, apresentou para a Câmara Municipal um projeto no qual isentava de impostos a empresa que construísse um teatro. Tal projeto tornou-se projeto de lei (Lei n.159 - 2 de maio de 1895). No entanto, o benefício não atraiu nenhum empreendedor.
Sem interessados, em fevereiro de 1896, José Roberto e Gomes Cardim propôs e obteve a provação da Lei n.200, na qual autorizava o Poder Executivo a abrir uma concorrência para a construção do teatro, com concessão de 20 anos e isenção de impostos. Porém, esse projeto também não trouxe interessados para o empreendimento.
Em janeiro de 1898, através da Lei n.336, a câmara autorizava a abertura de uma nova concorrência, dessa vez, concedendo isenção de impostos por 50 anos para quem construísse o teatro. O projeto de lei com isenções de impostos, foi apresentada com base nos interesses de João Felício dos Santos, Felinto Santoro e Conde de Souza Dantas, que apresentaram uma “proposta” de construção de um teatro na Praça da República, em frente à Escola Normal (Caetano de Campos). Mas, após a aprovação da lei, nenhum deles compareceu à sessão de concorrência.
No dia em questão, com a ausência dos senhores mencionados, José Mariano Correia Camargo Aranha e Artur M. Cortines Laxe compareceram à sessão, propondo a construção da edificação em um terreno localizado entre as Ruas Ipiranga, Timbiras e São João, mas, estes também não conseguiram o capital para a construção do teatro e desistiram da concorrência.
Ainda em 1898, outro interessado surgiu para a realização do projeto: Giacomo Leone, com a proposta de erguer o teatro em um terreno entre as Ruas Barão de Itapetininga, Formosa e São João, sendo as desapropriações de responsabilidade do contratante (Município), de acordo com a Lei n.538 – 8 de outubro de 1898. Mas, sem encontrar investidores na cidade, Leone viajou para Europa para procurar interessados, mas, veio a falecer durante a viagem e a construção foi, novamente, adiada.
“Na sessão de 14 de agosto de 1900, o Dr. Frederico Botero apresentou, ao Senado Paulista, projeto autorizando o governo a mandar construir, no local outrora ocupado pelo Teatro São José, um novo teatro, ‘com todos os aperfeiçoamentos modernamente adotados em edifícios congêneres’, fazendo as desapropriações necessárias, sendo-lhe permitido emitir apólices até a importância de dois mil contos de réis, para a execução da obra.
Muito trabalhou ele para conseguir a aprovação do projeto, arduamente combatido, até vê-lo convertido na Lei n.750, de 13 de novembro, promulgada pelo presidente Francisco de Paula Rodrigues Alves.”
[AMARAL, Antonio Barreto. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006, p.582.]
Em 1903, Gomes Cardim apresentou um novo projeto no dia 3 de fevereiro, no qual governos do estado e do município entrassem em acordo para a transferência do terreno para a construção do teatro. A aprovação foi rápida (5 de fevereiro) e no dia 7 de fevereiro Antônio Prado (prefeito), converteu o projeto na Lei n.627.
Após algumas discussões sobre a localização do novo teatro, em 1902 por meio de expropriação, o terreno foi adquirido e entregue para o município através da Lei n.750 (Estado) e a construção autorizada através da Lei n.643 (Município).
Em 24 de junho de 1903, começaram os trabalhos para fundação do teatro, concluídas apenas em 30 de agosto de 1911, ocupando uma área de 3.609 metros quadrados.
A inaguração do teatro foi marcada para o dia 11 de setembro de 1911, porém, foi cancelada e remarcada para a noite seguinte, pois, os cenários que vinham da Argentina não chegaram a tempo para a apresentação de estréia.
O empresário Celestino Silva foi encarregado de organizar a apresentação de estréia, escolhendo para a ocasião "Hamlet", ópera de Ambroise Thomas. Tal escolha levantou protestos na Câmara Municipal, em especial, por parte de Alcântara Machado, que julgava ser a melhor escolha, uma das obras de Carlos Gomes.
Para contornar a situação, Celestino Silva incluiu na abertura do programa, a protofonia de O Guarany, de Carlos Gomes, para que essas fossem as primeiras notas ouvidas dentro do teatro.
Em "Hamlet", o papel principal foi encarnado pelo barítono Tito Rufo, a soprano Grasiele Pareto encarnou Ofélia, a meio-soprano Flora Perini ficou com o papel de Rainha, o baixo Paolo Ludikar, com Cláudio, o tenor Carlo Bonfanti, com Laerzio e o baixo Vicenzo Bettoni, encarnou O Espectro. Edoardo Vitale ficou encarregado de reger a orquestra.
O espetáculo começou às 22h e por volta das 1h30 da madrugada foi decidido terminar o espetáculo, mesmo sem a apresentação do epílogo.
Com a construção do Theatro Municipal de São Paulo, a Light, empresa canadense, encontrou uma ótima oportunidade para divulgar os seus produtos e serviços para a cidade. A companhia não somente iluminou “cenograficamente” edificação, na noite de sua inauguração, como projetou postes ornamentais exclusivos para o teatro...[+]
As esculturas fazem parte do "Monumento a Carlos Gomes", localizados na Praça Ramos de Azevedo, centro de São Paulo. São de autoria do artista italiano Luiz Brizzolara e foram executadas pela Camiami e Guastini - Fonderia Artistica in Bronzo (Pistóia, Itália)...[+]
YAMAGAWA, Mônica. Theatro Municipal de São Paulo: fachada - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022. [Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].
ABDALLA, Antônio Carlos, ESTEVES, Juan. Capital - São Paulo e Seu Patrimônio Arquitetônico. São Paulo: Imesp, 2013.
AMARAL, Antonio Barreto. História dos velhos teatros de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XV. São Paulo: Imesp, 2006
BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.
BERNARDES, Maria Elena. Cidade civilizada e a cena lírica: O Teatro Municipal de São Paulo (1910-1930). ANPUH – XXV Simpósio Nacional de História, 2009. Disponível em: <http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.0646.pdf>. Acesso em: 27 Set. 2017.
KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues Epitácio. Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT - bens tombados 1968 - 1998. São Paulo: Imesp, 1998.
PERRONE, Carlos. São Paulo por dentro: um guia panorâmico de arquitetura. São Paulo: Senac São Paulo, 2000.
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